Cinco documentos históricos

Agora que o movimento sindical francês se manifestou, unido, contra a crise e exigindo medidas de combate ao desemprego e de ajuda ao desempregado (não fomos nós que criamos a crise, não devemos pagar por ela!), a França ocupa a honrosa posição de ser o s

Qual é a explicação e a história dessa manifestação tempestiva do movimento sindical brasileiro?



A explicação é a unidade e a mobilização. A história pode ser contada através da enumeração e registro de cinco documentos recentes que são marcos dos posicionamentos unitários do movimento.



O primeiro deles engloba as sugestões das centrais sindicais para garantir o crescimento da economia brasileira apresentadas na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) em setembro de 2003, em que já se apontavam as metas semestrais para reduções na taxa de juros.



Depois dele, em abril de 2007, a Agenda dos Trabalhadores pelo Desenvolvimento, resultado da “Jornada pelo Desenvolvimento com Distribuição de Renda e Valorização do Trabalho”, ação conjunta das centrais sindicais; o documento, completo, em cuja elaboração teve destaque o Dieese, é organizado em quatro âmbitos de problemas, apresentando um elenco de soluções para cada um dos eixos. É onde se reivindica, pela primeira vez, a ampliação do número dos participantes do Conselho Monetário Nacional (CMN), com inclusão de trabalhadores e empresários.



Para enfrentar a crise, as centrais sindicais elaboraram em novembro de 2008 o documento unitário que foi apresentado ao presidente Lula, à sociedade e aos trabalhadores com os já famosos dezoito pontos contra crise, a verdadeira pauta que orientou a 5ª Marcha dos Trabalhadores em Brasília no início de dezembro. Na elaboração desses 18 pontos, que foi precedida por discussões e formulações de cada uma das centrais, o Dieese teve, mais uma vez, um papel de destaque.



Com o agravamento da crise, durante o fim do ano, as centrais unidas apresentaram o “Pacto de Ação Sindical pela Redução dos Juros e Defesa do Emprego”, em meados de janeiro. Esse pacto foi a alma das jornadas de manifestações vitoriosas durante a reunião do Copom.



Agora, recentemente, com data de 26 de janeiro, as centrais sindicais e as federações empresariais de São Paulo, deram divulgação ao Manifesto contra a Crise, em que exigem a queda dos juros, a redução dos spreads bancários, a ampliação do CMN e a realização, em 15 dias, da próxima reunião do Copom.



Para registro é necessário dizer que a CUT não assinou esse último documento.

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