Comunicação entre plantas, insetos e afins

A comunicação entre plantas é algo no mínimo instigante. Um tomateiro, ao ser atacado por um inseto, é capaz de liberar um odor (sinal químico) que pode ser captado por outro tomateiro vizinho. A partir daí, as plantas vizinhas poderão desencadear process

Em outras palavras, a primeira planta atacada consegue alertar a tempo suas companheiras de uma possível investida mais intensa que virá, preparando-as melhor para a resistência (que pode ser através da produção de substâncias tóxicas, espessamento de sua casca, alteração de pigmentos, etc.) ou até mesmo a um contra-ataque através dos inimigos naturais (insetos que predam outros insetos) que podem ser cooptados (pela produção de néctar e/ou pólen, por exemplo) e se tornarem importantes aliados nessa batalha.


 


 


Essa engenhosa e complexa rede de comunicação faz parte do processo evolutivo das plantas e dos insetos. Levou milhares de anos para se efetivar. Todavia, a natureza apresenta sua formidável dialética e os reveses ocasionados por uma contra-comunicação (também sofisticada) dos insetos, que co-evoluíram com as plantas e aperfeiçoaram seu sistema comunicativo, são também freqüentes e eficazes.


 


 


O sinal liberado pelas plantas também pode ser captado por outros insetos que irão decodificar a mensagem e obter a informação privilegiada sobre a localização e o estado em que se encontra sua refeição. Desse modo o tiro pode sair pela culatra.


 


 


Mas há outra rede de comunicação (produzida por outros tipos de insetos) que é de longe a mais impressionante. Mesmo em um intervalo de tempo histórico muito menor que o da escala evolutiva mencionada acima, o desenvolvimento dos sistemas e mercados de comunicação no Brasil impacta.


 


 


Embora os mecanismos sejam diferentes o objetivo é muito semelhante. Quando ameaçados, os donos da mídia emitem sinais aos seus vizinhos que passam a afinar o discurso contra o inimigo comum. E conseguem aliados de todas as ordens, da mesma classe.


 


 


Seus veículos de comunicação são bem mais complexos. Só o grupo Abril (ligado à MTV) tem mais de setenta. São emissoras e retransmissoras de TVs; rádios AM, FM, comunitárias, OT e OC; operadoras de TV a cabo, MMDS e DTH; canais de TV por assinatura e, é claro, os principais jornalões e revistas do naipe de uma Veja. Um arsenal completo para fazer frente a qualquer tipo de inimigo.


 


 


Principalmente em tempos de eleição essas redes de comunicação fazem um tremendo estrago. Quando são questionadas soltam logo um tipo de feromônio de defesa que consegue agregar todos os seus pares na defesa da idílica liberdade de expressão. E tome liberdade para atacar os movimentos sociais e os partidos de esquerda, difundir a pornografia, estimular o consumismo e tantos outros valores intrínsecos ao modo de vida capitalista.


 


 


Quantos candidatos(a) progressistas foram vítimas dessa comunicação predadora durante essas eleições? Construir a contra-comunicação é democratizar os meios de comunicação, socializar a informação e promover o respeito para com a diversidade de idéias.


 


 


Porém, antes de tudo é preciso pesquisar a fundo esse mecanismo de comunicação da grande mídia no Brasil e entender suas conseqüências nos interceptores, para melhor combater o monopólio midiático.


 


 


Para ajudar a estudar esse intricado aparato comunicativo da burguesia brasileira (e da sua sobrevivência) merece ser comemorado o lançamento de um importante banco de dados, pesquisas e estudos científicos sobre o tema, que vai ser divulgado integralmente no sítio denominado de “Donos da Mídia”, já em fase de conclusão pelo Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação (Epcom), que se baseia numa interessante metodologia de cruzamento de dados disponibilizados em diversas fontes de informação existentes sobre o assunto no Brasil.


 


 


Já navegando por suas páginas em construção, se pode ter acesso a informações valiosas, como as descritas acima, que nos ajudam a perceber o emaranhado jogo de interesses da comunicação no Brasil e a desmascarar os donos da mídia.


 


 


Vale a pena conferir a página (www.donosdamidia.com.br) e enveredar pelo estudo dessa máfia dos grandes meios de comunicação e sentir o podre odor que exalam, já que de insetos e plantas já sabemos bastante.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor