Copa do Mundo: ficou de bom tamanho
Publicado 16/07/2010 20:10
Pela primeira vez, a Espanha venceu seus próprios complexos e tornou-se a oitava seleção campeã do mundo, a primeira seleção européia a vencer fora do velho continente. Também foi o time vencedor com menos gols na história, na final com maior número de cartões amarelos. Foram 14 no total, contra apenas 6 do antigo recorde. Um final sintomático de uma Copa com pouco brilho, onde as “estrelas” foram a bola, a vuvuzela e um polvo.
O selecionado espanhol chegou à África do Sul como uma das grandes favoritas, mas em sua estréia foi surpreendida pela fraca seleção da Suíça e colocou sob suspeita tal condição. Mais uma vez, a Fúria corria o risco de não mostrar nada além de um leve mal humor na Copa.
O time do futebol bonito penou no início. Com Fernando Torres muito mal, a Espanha não conseguia transformar sua posse de bola em chances reais de gol. Após se recuperar de contusão, estava nitidamente sem ritmo de jogo e pouco contribuía na abertura de espaços para os avanços de Xavi e Iniesta, tampouco concluía em gol com eficiência.
E seu estilo de jogo era basicamente esse. Um time que sabia trocar passes, e assim manter a posse da bola. Permanecia um longo tempo com a redonda nos pés, aguardando a abertura de espaços na defesa adversária e atacando com precisão. Pelo menos na Eurocopa, em 2008, Torres foi importantíssimo, porque com sua movimentação criava os espaços e fazia gols.
Mereceu o título. E apesar de ser acusada de jogar pragmaticamente, teve um futebol agradável de ver, perto de muitas outras.
A maioria das seleções optou por armarem suas defesas e sair nos contragolpes em velocidade. Inclusive o Brasil! Mas para qualquer tática mais defensiva, a qualidade do meio-campo é fundamental, e faltava-nos mais talento no setor. Coisa que sobrou na seleção alemã, por exemplo.
De todos os grandes craques da atualidade, o saldo é de um gol! Somente Cristiano Ronaldo marcou na Copa, enquanto Messi, Kaká e Rooney passaram em branco. E olha que o gol do astro metrossexual foi meio sem querer…
A arbitragem foi aquilo que todo mundo conhece. Com erros clamorosos, fizeram sobrar reclamações e desculpas da FIFA. Esta, até admite o uso da tecnologia no futebol, mas com parcimônia. Nada mais peculiar.
Diante dessa mesmice tática e da pouca técnica de várias seleções, sobra culpar a bola. E este assunto rendeu bastante. Críticas, piadas… Mas foi só parar no pé do Maradona em um treino de cobranças de faltas que ela melhorou bastante.
O Uruguai se reencontrou com sua tradição e fez sorrir o mestre Eduardo Galeano. O time de Forlán, eleito o melhor da Copa, o herói Suárez, o zagueiro Lugano e Loco Abreu, que carregavam consigo um país sedento de glórias, além das torcidas de São Paulo e Botafogo.
Outro tema que tomou conta do noticiário, a vuvuzela. Nada mais que uma corneta, só que sulafricana. Mas não era uma, eram milhares por jogo. Foi a Copa da poluição sonora e intelectual, pois a cobertura da imprensa brasileira a respeito do instrumento era de doer.
E no fim das contas, o astro maior desta Copa foi Paul, o polvo. O molusco que, ou era vidente, ou sabia muito de futebol! Depois de acertar tudo, resolveu se aposentar. Bom pra ele, que encerra a carreira no auge.
Uma pena! Salvaria o bolão de muita gente na próxima. Porque nesta, muita gente se deu mal
Mas apesar de todas as reticências desta, Copa é sempre Copa, e a da África vai deixar saudades. Para os amantes do futebol, agora só em 2014.
Nos encontramos lá, ou melhor, aqui… bem pertinho da gente!