Corrupção: Calcanhar de Aquiles de quem?

No desespero de tentar arrastar a disputa para o segundo turno e ciente da falta da credibilidade para prometer desenvolvimento ao país, a candidatura Alckmin dá sinais que fará da chamada questão ética sua principal peça de ataque. Mas, as eficazes aç

O casal Bonner na entrevista realizada, na semana passada, com o presidente Lula, desferiu todas as flechas de que dispunha no ponto que a mídia e a oposição julgam ser o calcanhar de Aquiles do presidente Lula: a chamada questão ética. Deslizes à parte, o substancial é que nessa entrevista Lula demonstrou que sua campanha tem verdades e argumentos de sobra para enfrentar esse mote moralista – última e talvez a essa altura única esperança da candidatura Alckmin.


 


Mas, “com que roupa” Alckmin sustentará sua cruzada moralista? Com as 69 CPIs ilegalmente arquivadas, durante sua gestão, na Assembléia Legislativa de São Paulo? Ele eventualmente eleito presidente, fará com o Congresso Nacional o mesmo que fez com a Assembléia paulista que na prática foi obstruída ou impedida de investigar inúmeros indícios de corrupção que estouraram no governo Alckmin?


 


Ou será que o candidato tucano recorrerá ao legado ético do reinado de FHC? Relembrará ao povo o balcão de negócios espúrios a que foi reduzido o Congresso Nacional para aprovar a emenda da reeleição? Ou será que o candidato tucano prestará contas dos milhões e milhões que evaporaram feito éter no processo lesa-pátria das privatizações?


 


Ou será que Alckmin solicitará ao seu “meio-xará”, Geraldo Brindeiro que foi Procurador-Geral da República por quatro mandatos na era FHC, como e por que ele adquiriu a alcunha de “Engavetador-Geral da União”?


 


Mesmo assim, o candidato tucano proclama que se eleito vai “extirpar essa praga (a corrupção) da República”. (É preciso que alguém  porventura próximo a Alckmin o alerte da temeridade que essa promessa encerra.)


 


Os apoiadores da campanha à reeleição de Lula, podem sim, com humildade e altivez, de peito aberto, desmascarar essa cruzada ética tucana. É preciso relembrar ao povo a folha corrida dessa gente.


 


É preciso também proclamar a verdade de que o governo Lula ofereceu tenaz combate à corrupção. Nunca se viu tantas quadrilhas e máfias desbaratadas e presas. Nunca se viu tantos engravatados e figurões presos com algemas no pulso. A maioria dessas quadrilhas faz parte da herança maldita deixada por FHC. Há anos e anos, devido à impunidade que campeava, as máfias se incrustaram nos negócios do Estado e criminosamente se apropriavam de recursos públicos.


 


Consciente da existência dessa praga, desde seu início o governo Lula deu apoio, incentivo para que órgãos e instituições da República, como a Polícia Federal, o Ministério Público, atuassem com liberdade e eficiência para proteger os interesses e o patrimônio do Estado brasileiro.


 


No caso da Polícia Federal, já em 2003, o governo Lula aumentou substancialmente seu efetivo. E mais: fez investimentos pesados, sobretudo, na modernização de seus instrumentos e métodos, com ênfase na inteligência policial. Liberdade de ação, mais tais investimentos resultaram em bem tramadas e eficientes operações de combate à corrupção, ao crime organizado e ao tráfico de drogas.


 


O governo Lula criou a Controladoria-Geral da União encarregada de zelar da probidade administrativa dos órgãos do Executivo. No caso da máfia de empresários e políticos que desviavam recursos do Ministério da Saúde – o s sanguessugas- o trabalho da Controladoria foi decisivo para estouro desse esquema criminoso.


 


Quando surgiram denuncias envolvendo ministros de Estado, mesmo sem culpa provada, eles tiveram que se afastar ou foram afastados de suas funções.  No caso do chamado “mensalão” no qual dirigentes do PT assumiram erros por ilícitos cometidos, toda sua direção caiu, sendo eleita uma nova.


 


No governo Lula, o Congresso Nacional instalou CPIs às dúzias.  O governo passou por uma das maiores devassas da história da República. E nada absolutamente nada foi  provado contra o presidente Lula.


 


No governo FHC, embora grandes parcelas da Nação clamassem para que fossem investigados escândalos de corrupção como foi no caso da privatização do sistema Telebrás, nenhuma CPI foi instalada. Nada foi investigado. Ninguém foi punido.


 


Portanto, os fatos e a vida bem demonstram quem tem o calcanhar apodrecido pela lama.

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