Dias de ira: fúria terrorista-fascista-bolsonarista contra a democracia

Se descobrirmos as entranhas desse processo, quem sabe não temos elementos mais consistentes para avaliar o processo, para compreender as tarefas seguintes

Palácio do Supremo Tribunal Federal destruído, após distúrbios antidemocráticos no ultimo domingo l Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Domingo, 8 de fevereiro de 2023. Guardem bem essa data. Ela já faz parte da nossa história. Dia não apenas da infâmia, quando terroristas-fascistas-bolsonaristas atacaram e depredaram, de forma selvagem, símbolos da República. Foi uma tentativa de golpe de estado, cujo “ensaio técnico” foi no dia 12 de dezembro de 2022 e posteriormente numa tentativa de explodir uma caminhão de combustível, nas imediações do aeroporto de Brasília, só descoberto pela desconfiança do caminhoneiro e não pela tal “inteligência” das forças de repressão.

Foi um domingo em que milhões de brasileiros puderam ver que os tais “cidadãos de bem”, o “conservador cristão” são, na verdade, um fanáticos desordeiros, violentos e prontos para, através da violência, destruírem a República para quem sabe, implantar uma “república fascista cristã”. Esses elementos mostraram o quanto podem ser perigosos.

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O “cidadão comum” pode ter se assustado – a grande massa de trabalhadores está envolvida com a sobrevivência diária – e ficar atento aos dementedores, instalados na frente dos quartéis, e provavelmente viam esses “malucos” mais como uma anomalia do que algo realmente importante. A temática do desemprego e da inflação afetam mais o cotidiano do que um bando de celerados rezando para pneus e agarrados, em transe, nas grades desses quarteis.

Porém, por trás desses malucos, que produziram milhares de memes divertidos, estava uma coordenação que estava já articulando um movimento que produzisse algo que detonasse uma onda de apoios aos terroristas-fascistas-bolsonarista e, em seguida, o colapso da cadeia de comando das forças armadas. Pode parecer fantasioso. Mas não acho que seja.

O Brasil assistiu, nos últimos dois meses, num chafurdo planejado, feito por milhares desses terroristas, tudo sob o olhar conivente de gestores públicos e com a complacência explícita das Forças Armadas. Mas não foi apenas isso. Houve, nesses dois meses, um forte suporte financeiro para que uma estrutura ficasse a disposição dessa turba.

A esse suporte financeiro e, está bem claro, houve um aporte de pessoas especialistas em planejamento militar, bastando ver o comportamento da malta no domingo, para ficar claro que a ação teve planejamento, ordenamento e direção. Quem fez isso? Espero que possamos descobrir.

Por que, por exemplo, essa chusma não fez isso num dia da semana, quando todos os agentes políticos estariam em Brasília? Não haveria um caos mais barulhento? É necessário que os especialistas se debrucem sobre os vários elementos presentes nesse ato, que não tomemos como tresloucado. Se descobrirmos as entranhas desse processo, quem sabe não temos elementos mais consistentes para avaliar o processo, para compreender as tarefas seguintes.

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A resposta do governo federal, apoiado de imediato por vários governadores, pelos movimentos sociais, partidos e sindicatos, e pela mais poderosa força de comunicação do país, o Sistema Globo de Televisão, que proporcionou aos milhões de brasileiros que não tem acesso aos canais pagos, a possibilidade de ver como a extrema-direita terrorista-fascista-bolsonarista tem despreza pela democracia, conseguiu brecar o movimento golpista.

O que nos espera? Essa extrema-direita não vai sumir. Vai se reorganizar e a utilização da “guerra digital” vai prosseguir com a mesma força. Esse segmento rompeu definitivamente com a democracia liberal representativa e, acho eu, utilizará todos os seus recursos para manter-se como força política organizada.

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