Dicionário Lula

Há um livro surpreendente que merece ser comprado, lido e estudado. É o Dicionário Lula de Ali Kamel com pesquisa de Rodrigo Elias. Foi editado pela Nova Fronteira e tem 672 páginas compactas.

O livro é surpreendente porque, além do dicionário propriamente dito que consta de 347 verbetes selecionados, com trechos de falas do presidente Lula (não foram considerados os discursos lidos, mas apenas os improvisos, as falas radiofônicas e as entrevistas), contém uma apresentação redigida pelo autor (“Lula, em palavras e números”) de 88 páginas que é a causa da maior surpresa.

Ali Kamel é diretor de jornalismo da Rede Globo e um dos mais importantes quadros dos meios de comunicação brasileiros. Pode ser que tenha engendrado seu projeto visando ridicularizar preconceituosamente o presidente, mas como explica na introdução, ao longo do trabalho percebeu que em suas falas, Lula apresenta coerência e constância, e é um grande comunicador com um universo vocabular de 11.543 palavras, “equivalente ao daquele de um homem que cursou a universidade”.

Se pretendia produzir um “tolicionário” a mais, Ali Kamel não o fez e seu trabalho ficou sério, muito sério, de referência.

O livro teve algumas menções na grande imprensa. O Estado de S. Paulo e o próprio O Globo o cobriram com matérias de páginas inteiras em 16 de agosto; na edição de 19 de agosto, a revista Veja escalou seu redator-chefe para resenhá-lo em seis páginas. Houve resenha também no suplemento do Valor Econômico (fim de semana do 7 de setembro) e duas colunas assinadas, a de Zuenir Ventura em O Globo (26 de agosto) e a de Diogo Mainardi na Veja ( edição de 2 de setembro).

As matérias e resenhas apresentam bem o livro, embora ainda tentadas a justapor frases (erro que Marcio Ferrari, do Valor, não cometeu). Zuenir conseguiu transmitir as descobertas de Ali Kamel sobre a capacidade de comunicação do presidente, mas quem persistiu na visão preconceituosa foi Diogo Mainardi que parece não ter lido o livro, ou pelo menos, sua apresentação.

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