Efeitos e causas da crise em São Paulo

O Estado de São Paulo viveu nestes últimos dias um espetáculo de terror, incompetência, arrogância e ultraje nacional. Foram quatro dias de assassinatos de trabalhadores da segurança pública, chacina de possíveis bandidos, matança de bandidos de seg

A dupla partidária neoliberal  PSDB e PFL, que administra o Estado de São Paulo nos últimos doze anos, protagonizou, neste início de inverno, uma das mais tristes páginas da história republicana brasileira.

 

Já não bastasse toda a incompetência verificada ao longo da administração estadual, o atual ocupante do Palácio dos Bandeirantes, para “resolver a crise” da segurança pública de São Paulo, disponibilizou o “aero-PCC”, que saiu do Campo de Marte e foi até Presidente Wesceslau, interior paulista, para negociar com um dos líderes  do PCC, o assaltante de bancos Marcos Camacho, o  Marcola. O assaltante, em mesa de “negociação”, suspendeu os motins em cerca de setenta presídios em todo o estado em troca da liberação de alguns televisores de plasma para que os assaltantes assistam os jogos da seleção canarinho na Copa do Mundo, além de outros possíveis regalos ainda não divulgados.

 

Entretanto, a crise que se abate sobre o Estado de São Paulo tem suas raízes históricas. O que assistimos nestes dias são os efeitos da tragédia econômica e social, causada pelas políticas neoliberais dos últimos doze anos. São Paulo, que foi a locomotiva do Brasil, vive nestes anos de tucanato um intenso processo de desindustrialização, desemprego, concentração de renda, redução do estado, precarização das políticas públicas (educação, saúde, segurança pública), aumento da miséria, expansão das favelas, aumento da criminalidade, sucateamento do Estado, privatizações criminosas.

 

Quem não se lembra da propaganda oficial anunciando a venda das empresas estatais paulistas,  para que o Estado tivesse mais recursos para investir em políticas públicas e desenvolvimento humano? Porém, entre o discurso oficial e política oficial existe um grande abismo. Conforme relatório preparado pela Assembléia Legislativa de São Paulo acerca da execução orçamentária, somente da rubrica segurança pública, entre 2001 e 2005, portanto na gestão Geraldo Alckmim, foi subtraída a incrível cifra de 615 milhões de reais. Ao que devemos somar os bilhões de reais que deixaram de ser aplicados em educação, saúde, moradia popular, saneamento para serem transferidos diretamente para bolso dos banqueiros e a alta burguesia paulista.

 

A situação de São Paulo é grave e não permite soluções simples. Primeiro: é necessário desmantelar o crime organizado. Segundo: devemos manifestar a nossa mais profunda solidariedade com os familiares de policiais e agentes da segurança pública assassinados nos últimos dias. Terceiro: devemos exigir que todos os assassinatos praticados pela policia paulista sejam devidamente investigados, pois existem suspeitas de mortes de muitas pessoas inocentes nesta reação destemperada de alguns setores da segurança pública. Quarto: não podemos, em hipótese alguma, aceitar que o Estado negocie com bandidos, quando este mesmo Estado, em doze anos de desgoverno, jamais sentou à mesa de negociação para tratar com os próprios servidores públicos.

 

Finalmente, não podemos ficar presos somente aos efeitos da grave crise que assola São Paulo. Neste momento é preciso coragem para apontar as verdadeiras causas desta tragédia anunciada, que foram os oito anos de governo FHC em Brasília e doze anos de Covas e Alckmim em São Paulo. Principalmente porque iniciamos o processo eleitoral no Brasil tendo como atores os principais responsáveis por todas estas mazelas: o governador Geraldo Alkmim e a dupla partidária PSDB e PFL.

 

Não deixaremos que o terror e a incompetência se espalhe pelo Brasil: Fora Geraldo Alkmim, Serra, Lembo, PSDB, PFL e o PCC!

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