Eleições – A importância de se travar também a luta institucional

.

Segundo turno acontece neste domingo (29) - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil

A cada dois anos, temos a realização de eleições em nosso país. Rejeitada por alguns militantes de esquerda radicais, sem dúvida alguma elas são de suma importância, ainda mais no Brasil, onde de golpe em golpe, esse sagrado direito já nos foi negado mais de uma vez, basta lembrarmos das ditaduras que vivemos por aqui ao longo do século XX.

Os mais antigos, com certeza valorizam o direito do voto, afinal nada é mais sagrado que o ato de poder escolher seu representante. Só quem já teve esse direito negado sabe valorizar a importância do estado democrático de direito.

Digo isso, pois vejo com alguma frequência jovens militantes de esquerda criticando e se negando a participar da votação, o que é um erro, pois subestima a importância da eleição para a escolha dos nossos representantes.

Sem dúvida alguma vivemos uma crise de representatividade, com a demonização da política e dos espaços de tal debate. Justamente por isso que devemos participar do processo eleitoral, mesmo ele sendo burguês, afinal de contas é muito mais fácil lutar por mudanças no sistema na democracia, onde não somos perseguidos como eram os companheiros que viveram na clandestinidade durante os tempos das ditaduras.

O espaço legislativo, em especial, merece muita atenção, pois os eleitos vereadores no presente serão os futuros cabos eleitorais daqui a dois anos, ou seja, participar do processo eleitoral municipal é chave para a batalha mais importante que teremos pela frente, que é a eleição de 2022.

Para conseguirmos fazer frente ao bolsonarismo, é preciso que se elejam bancadas fortes de vereadores de esquerda, pois será uma estratégia chave para vencer a extrema direita, já que até lá serão mais dois anos de luta, com a representação parlamentar. E essa representatividade, para ter espaço nas mídias e nos palanques, é fundamental para o combate ao fascismo tanto a nível municipal como para fortalecer as bases de luta em 2022.

Não podemos cair no erro infantil de não participar das eleições, pois elas vão ocorrer de um jeito ou de outro, portanto é muito mais lógico lutar para ocupar os espaços do que entregá-lo de bandeja para a direita.

Ser revolucionário no século XXI é diferente do século XX, precisamos ocupar as redes e também o parlamento, pois a luta institucional é chave para combater os retrocessos e importante para mudar a vida do povo, já que os mais humildes necessitam de um estado presente para garantir seus direitos básicos, ainda mais em tempos de carestia como os que estamos vivendo.

Não é hora de radicalismos que mais nos afastam do povo que aproximam, precisamos ter estratégia e lembrar que todo espaço deve ser disputado, afinal de contas não existe espaço vazio na política, se não o ocupamos, algum inimigo de classe ocupa, ou seja: se existe uma batalha a ser travada, precisamos partir para o combate!

Não existe neutralidade, é preciso agir, quem abdica de lutar, já começa derrotado. Pense nisso, valorize a importância do ato de votar e faça da sua revolta um mecanismo organizado de buscar mudança, vamos juntos eleger a maior bancada de esquerda possível para termos oposição ao governo Bolsonaro também nos parlamentos!

O desafio está aí, vamos a ele!

Até a próxima.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *