Encruzilhadas
O redirecionamento, em parte, das orientações neoliberais na economia brasileira associado ao processo de crescimento econômico do País vem provocando nos últimos nove anos modificações na realidade nacional.
Publicado 16/02/2012 12:50
Esse crescimento tem possibilitado uma expressiva geração de emprego e renda incorporando dezenas de milhões de brasileiros ao mercado de trabalho criando uma massa salarial que vem dinamizando os diversos segmentos produtivos, impulsionando fortemente o consumo.
Ao mesmo tempo os produtos primários que o Brasil exporta, especialmente os agrícolas, valorizaram-se substancialmente configurando uma permanente fonte de divisas associada à intensificação de parcerias comerciais, com a China por exemplo, que tem ampliado o escoamento da nossa produção.
A alteração da realidade econômica sul-americana que vem se caracterizando por contínuas taxas de crescimento deu impulso à integração continental ensejando mais ainda a liderança regional brasileira.
Tudo isso e um conjunto de outros fatores positivos tem mostrado que o Brasil vem sendo beneficiado por situações especialmente favoráveis nesse novo cenário econômico internacional.
Nesse contexto evidencia-se uma mudança de atitudes em relação ao papel estratégico do Estado nacional, o empenho na defesa da competitividade dos nossos produtos no mercado externo assim como a implementação de políticas sociais que tem provocado significativas alterações nos trágicos indicadores sociais de pobreza.
Mas é verdade também que os nosso gargalos econômicos são de natureza estrutural porque jamais algum País conseguiu alcançar o desenvolvimento sem investimentos prioritários, de longo curso, em ciência, tecnologia de ponta, infra-estrutura, saúde e educação em geral.
O crescimento nacional tem sérios problemas em seus fundamentos econômicos porque ele se encontra imbricado ao capital rentista criando graves dificuldades, a exemplo das absurdas taxas de juros e das tendências de desindustrialização do parque produtivo nacional.
O País ainda não tem um projeto de sociedade, de civilização mesmo, e não vem reunindo as condições subjetivas essenciais para tanto. Encontra-se vulnerável em relação ao bombardeio político e ideológico do complexo midiático hegemônico mundial, e congêneres nativos, associados ao capital financeiro internacional promotores dessa "nova ordem mundial" inimiga das nações e dos povos.