Epidemia de Morte no Império do Mal

Segundo o Gun Violence Archive, os EUA tiveram 246 massacres com arma em 2022, o mesmo número do ano passado, no mesmo período. País que se arvora em ser a “terra da liberdade” e que lançou a fantasia do “modo de vida americano”, é uma sociedade extremamente desigual, marcada pela violência e sem um extrato político que tenha qualquer apreço à democracia.

Os EUA registraram mais de um tiroteio em massa por dia em 2022. Ao menos 8.031 pessoas morreram em decorrência de disparos de arma de fogo no país, segundo dados da Gun Violence Archive, que registrou quase 15 mil feridos. Entre as vítimas baleadas que não morreram, 466 são crianças e houve 1.924 acidentes. A organização ainda destaca os 609 episódios com vítimas em disparos acidentais. É um desastre civilizatório.

Um país dominado por um lobby. Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), financia campanhas de republicanos, mas também de democratas e age cotidianamente, para manter seu ponto de vista de que os EUA foram forjados como nação com um rifle na mão, ou seja, os estadunidenses têm um membro sobressalente no seu corpo, a arma.

País vítima do fundamentalismo cristão, onde pululam centenas de igrejas evangélicas, algumas delas poderosas organizações que se aliam, de uma forma ou de outra, com a NRA, visto que o armamento é defendido para que o cidadão seja vítima do “mal”, esse ente ressaltado sempre por Trump.

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Biden, o velhinho que quer passar para a história como o homem que desencadeou a terceira guerra mundial, é a favor de um maior controle no registro das armas, mas se recusa a defender a proibição. Nos EUA, sendo exagerado, uma pessoa pode se armar como estivesse esperando o fim do mundo, e, nesse meio tempo, ter um surto e antecipar o fim do mundo para os outros.

Como explicar que um jovem atirar nas pessoas durante as comemorações do 4 de julho, na cidade de Highland Park, no estado de Illinois? Robert E. Crimo 3º, de 22 anos, disparou 60 vezes, com uma arma de grosso calibre. Foi preso horas depois. Não foi o último jovem a fazer isso.

Uma sociedade violenta, cujos governos, exportam a violência. Levam a morte ao mundo. Desprezam as leis internacionais; derrubam governos; apoiam ditaduras; conspiram contra regimes que não lhes agrada; e impõe sua “visão de mundo” aos mais diversos países.

A decadência dos EUA já é vista e não é de hoje que os sinais desse enfraquecimento aparecem. Para responder às crises, os governos dos EUA produzem crises, só que nos outros países.

De “Imperius rex” a “Imperius mors”.