Esquerda, volver!

Sob os auspícios do Partido Comunista do Brasil acaba de ser realizado, em São Paulo, o 10º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários do mundo. A data não poderia ser mais oportuna, uma vez que coincide com a crise geral do capitalismo que

Talvez por isso mesmo o evento, pela 1ª vez realizado no Brasil, foi um dos mais concorridos. Para São Paulo acorreram quase 65 partidos de distintos países. Se a mitológica “torre de Babel” efetivamente existiu ali estaria a reprodução mais fiel do que teria sido a profusão lingüística relatada nas escrituras. Mas a “confusão” se restringia a esta particularidade, que era minimizada com a tradução simultânea para português, espanhol, inglês e russo.


 



A grande divergência lingüística era compensada pela grande convergência nos objetivos do encontro e das tarefas que estão postas para o movimento comunista mundial. Nesse particular, brasileiros, portugueses, latinos de maneira geral, chineses, vietnamitas, cubanos, coreanos, russos, ucranianos, letonianos, búlgaros, africanos, paquistaneses, indianos, americanos e europeus de maneira geral, convergiam para o entendimento de que a crise do capitalismo é estrutural e que a saída é o socialismo.
Certamente a forma como cada organização pretende levar a cabo essa tarefa é muito distinta, na medida em que o grau de inserção política e o nível de organização dos partidos ali presentes também era muito distinto. De um lado estavam todos os partidos comunistas que já conquistaram o poder: China, Vietnam, Laos, Coréia e Cuba. Havia, também, uma quantidade expressiva de partidos que participam de governos nacionais progressistas, como é o caso do próprio Brasil. E, por outro, havia partidos que ainda atuam na clandestinidade e/ou sob cerrado cerco do fundamentalismo.


 



Não há ilusão de que o capitalismo acabou, apesar das crises cíclicas de maior ou menor intensidade que caracteriza sua trajetória. Há convicção, porem, de que a crise atual é profunda, abala os alicerces do capitalismo e que o imperialismo tentará equacioná-la impondo ainda mais sacrifícios ao conjunto dos trabalhadores.


 


 Adicionalmente, graças a parcialidade dos grandes meios de comunicação, procurará criar confusão no sentido de até mesmo responsabilizar a esquerda pela crise.


 



Apesar desses prováveis diversionismos e da clareza de nossas limitações, há uma grande certeza de que o mundo caminha a passos largos para uma solução estruturante a partir da construção de uma nova sociedade socialista. Ou seja, tudo indica que o mundo caminha para a esquerda, volver.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor