Estragos na Petrobrás

“Estragos produzidos na Petrobrás, pelo governo FHC, visando desnacionalizá-la”. Foi como o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), Fernando Siqueira, descreveu as ações contra o Sistema Petrobrás nos anos do príncipe das privatizaç

As ações deletérias começaram quando FHC, ainda ministro, fez um corte de 52% no orçamento da Petrobrás previsto para o ano de 1994, sem nenhuma justificativa técnica. Prosseguiram com manipulações para menor da estrutura de preços: desvio de 3 bilhões de dólares anuais para o cartel internacional. Em 1995, a proibição de informações de estatais ante o Congresso Nacional facilitou as manipulações da imprensa privatista. (…)


 


 


Também em 1995, FHC deflagrou o contrato e a construção do Gasoduto Bolívia-Brasil, o pior contrato que a Petrobrás assinou em sua história. Atendeu aos interesses das estrangeiras Enron e Repsol, donas do gás da Bolívia. Para isso, suspendeu a construção de 15 hidrelétricas e provocou o “apagão” do setor no Brasil. Um contrato totalmente prejudicial aos interesses dos governos do Brasil e da Bolívia. (…)


 


 


Em 1995, o governo tentou desmoralizar o movimento sindical após 30 dias de greve, reprimida com tropas do Exército. Tentativa de calar a oposição às privatizações. No mesmo ano, cinco alterações profundas na Constituição incluíam o fim do monopólio da Estatal. Custo para o Congresso Nacional: barganha política, liberação de emendas, chantagens e compra de votos. Em 1996, outras manobras ampliam as ações privatistas. (…)


 


 


Em 1997, FHC criou a Agência Nacional do Petróleo e nomeou o genro, David Zylberstajn, que havia se notabilizado no governo de São Paulo pela desnacionalização de empresas de energia por preços irrisórios. Na sua posse, bradou no auditório repleto de estrangeiros: “O petróleo agora é vosso”. E passou a ser, como provam os generosos leilões de blocos de exploração cedidos à exploração do cartel internacional. (…)


 


 


1998, a Petrobrás é impedida pelo governo FHC de obter empréstimos baratos (6% ao ano) no exterior para tocar seus projetos, e de emitir debêntures que visavam à obtenção de recursos para os seus investimentos. No mesmo ano, FHC cria o REPETRO que libera as empresas estrangeiras do pagamento de impostos pelos seus produtos importados. Mas sem, contudo, dar a contrapartida às empresas nacionais. (…)


 


 


Isto, somado à abertura do mercado nacional iniciada por Fernando Collor, liquidou as 5.000 empresas fornecedoras de equipamentos para a Petrobrás, gerando desemprego e perda de tecnologias brutais para o País. A abertura do capital da Petrobrás à bolsa de Nova York resultou na desnacionalização de 30% das ações da empresa, vendidas por preços irrisórios (cerca de 10% do valor, como na venda/doação da Vale do Rio Doce).

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