Filme, coliseu prêmio e as homenagens que chegam

As homenagens recebidas por Celso Marconi durante a 4ª Mostra Sesc de Cinema

4º Mostra Sesc de Cinema / Homenagem a Celso Marconi I Foto: Celso Marconi/Arquivo Pessoal

Ainda bem que no final da vida estão aparecendo homenagens para mim, como aconteceu no Sesc Casa Amarela, inclusive num momento intimista e que lembrou minha irmã Zuila.

1 . O primeiro registro é para o local onde aconteceu a homenagem, no Cine Clube Coliseu. Ele é uma luxuosa sala de cinema que fica no Sesc Casa Amarela. A sala foi inaugurada em 2008 e o nome é em homenagem ao cinema Coliseu, o daquele tempo quando era cinema de arte. O Coliseu pertencia à cadeia de cinemas do Grupo Severiano Ribeiro. No Recife, era coordenado por José Ronaldo Gomes, nosso amigo, meu e de Fernando Spencer. Como o cinema estava para fechar, nós assumimos a sua programação. Com total liberdade. Nunca tive tanta liberdade para programar, mesmo contra a vontade de Spencer. E então exibi todos os filmes dos dois malditos Jean-Luc Godard e Pier Paolo Pasolini, detestados inclusive pelos mais próximos. Eu achava que eram o máximo de cinema de arte. Foi assim que tivemos o Coliseu, hoje homenageado por esse cinema no Sesc Casa Amarela. Ele foi relembrado com a minha presença e talvez a de Spencer em espírito.

2 . A jovem Naruna Freitas, que é a coordenadora do Sesc Pernambuco na parte de Cultura, anunciou nessa reunião que foi criado o Prêmio Celso Marconi para a 6ª Mostra de Cinema, que está acontecendo no Estado numa promoção do Sesc. Os filmes concorrentes vão ser exibidos em várias cidades pernambucanas e o julgamento é através da votação do público na própria internet. Me senti muito homenageado de forma gratificante. É fundamental ser reconhecido dentro do campo de atuação do qual sempre fizemos parte.

3. O terceiro ponto é que foi exibido no novo cinema Coliseu, com a minha presença, “Um filme com Celso Marconi”, um curta-metragem de 22 minutos, dirigido e criado pela dupla Helder Lopes e Paulo de Sá. Um filme realmente surpresa que Helder programou com Paulo, mas não comigo. Eles dizem que têm cerca de seis horas de filmagens totalmente espontâneas e eu realmente gostaria de dispor desse material. O filme que eles puseram em circulação agora me pareceu ótimo. Inclusive divertido, se é que um filme com uma pessoa seca como eu possa ser divertido. “Um filme com Celso Marconi”, segundo Helder me disse, vai tentar entrar na circulação dos festivais. Trudy Keusen está contente com o agradecimento especial que o filme faz à colaboração dela.

4. Lembrei de minha irmã Zuila Lins, quando fui para essa sessão no Sesc Casa Amarela, porque Zuila com seu marido Paulo Guimarães moravam em Casa Amarela e eram participantes das atividades desse Sesc, e muitas vezes fui com eles. Mas a sala de cinema ainda não era esse novo Coliseu. Era uma mais antiga e maior, porém menos luxuosa.

Olinda, 23. 11. 21

4º Mostra Sesc de Cinema / Homenagem a Celso Marconi I Foto: Celso Marconi/Arquivo pessoal

Registrando as pessoas que estiveram presentes à sessão no cinema Cine Clube Coliseu em homenagem a Celso Marconi, que eram funcionários do SESC ou da equipe do filme exibido:

Foto: Celso Marconi/Arquivo pessoal
  • Ladjane Carvalho, gerente do Sesc Casa Amarela
  • Breno Fittipaldi, supervisor do Sesc Casa Amarela
  • Felipe Hidalgo, técnico de cinema do Sesc Casa Amarela
  • Naruna Freitas, coordenação de cinema da Gerência de Cultura do Sesc PE
  • Cyntia Falcão, curadora convidada da 4º Mostra Sesc de Cinema PE.
  • Kika Latache, produção executiva da obra “Um filme com Celso Marconi”.
  • Helder Lopes, Roteiro, direção e produção a obra “Um filme com Celso Marconi”.
  • Paulo de Sá Vieira, Roteiro, direção e produção a obra Um filme com Celso Marconi”.
  • Luiz Manuel, artista, diretor teatral, estava presente registrando a sessão.
  • Vitor Pessoa, fotógrafo.
Cena do filme “Um filme com Celso Marconi” I Foto: Celso Marconi/Arquivo pessoal

Um resumo de perfil biográfico de Celso Marconi de Medeiros Lins:

Nasceu em 23 de agosto de 1930 no bairro Poço da Panela, Recife, onde moravam seus pais, Severino Nunes Lins e Guiomar de Medeiros Lins, que morreu quando seu filho mais novo tinha 3 anos e meio de idade. Sua infância foi toda nos bairros de Casa Forte e Casa Amarela, onde viveram seus avós por parte de pai, Adolpho Nunes Lins e Maria Alexandria Lins. Com 18 anos de idade fez um concurso e foi trabalhar no Rio de Janeiro como escriturário de uma empresa de Seguros, mas logo no começo dos anos 50 voltou para o Recife. Viveu com seu pai e com ele trabalhou, como auxiliar. Casou com Maria do Carmo Veloso Lins e seu primeiro filho, Pedro Celso nasceu em 1956. Celso Marconi fez o curso de Filosofia na UFPE nos anos 50. Começou a trabalhar como jornalista nos anos 50. E também a se especializar em cinema. No início dos anos 60, participou de um congresso internacional de jornalismo em Baden bei Wien na Áustria e daí partiu para uma viagem de dois meses à China, à União Soviética e à Alemanha Oriental. Trabalhou no começo dos anos 60 no Diário de Pernambuco como repórter e chefe do Arquivo da Redação. Depois, foi para a Última Hora Nordeste, onde ficou até o golpe de 64. Daí ficou no Recife, mas sem poder trabalhar em jornal por proibição dos ditadores. Voltou ao trabalho jornalístico em agosto de 66 no Jornal do Commercio, onde ficou até 1989. Celso Marconi se especializou em Cultura e foi durante anos o editor do Caderno C do JC Recife. Foi diretor do Museu da Imagem e do Som de Pernambuco de 1991 até 2003. Foi professor da Universidade Católica de Pernambuco nos cursos de Jornalismo e Relações Públicas, ensinando Cinema, História da Comunicação e Sociologia da Comunicação, de 1980 até 1994. Tem um perfil biográfico publicado em livro pela Cepe com autoria do professor e jornalista Luiz Joaquim, “Celso Marconi – O senhor do tempo”. Tem um frevo de autoria do compositor caruaruense Carlos Fernando, “Cine Marconi”, cantado pelo paraibano Tadeu Mathias. Tem um filme de autoria de Helder Lopes e Paulo de Sá, “Um filme com Celso Marconi”, curta de 22 minutos. Tem quatro livros publicados. E um DVD duplo com a sua produção cinematográfica em Super 8 e outras bitolas. Especializado em Antropologia na UFPE. Foi editor do Suplemento Cultural da Cepe de 1992 a 1994.

Olinda, 25. 11. 21

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