Governo não quer vacinar

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(Foto: Reprodução)

No mundo inteiro, desde o ano passado já foram deflagradas campanhas de vacinação contra a Covid-19, a doença que assola a humanidade e começa a ser controlada por meio de vacinas. O Brasil, no entanto, perdeu o bonde da história e, contrariando seu tradicional pioneirismo neste campo, neste caso demorou a perceber a urgência dos procedimentos que a sociedade aguarda com ansiedade. As mortes em decorrência desse mal já somam cerca de 200 mil no País.

A imunização é um processo permanente, sem prazo de duração. Seus resultados aparecem nas estatísticas de saúde pública, mas são sentidos pela população no cotidiano. Segundo o Ministério da Saúde, em 1930 as doenças infeciosas e parasitárias representavam 45,7% do total de óbitos no Brasil, índice que despencou pra 4,3% em 2010.

Na década de 1980, sarampo, poliomielite, rubéola, síndrome da rubéola congênita, meningite, tétano, coqueluche e difteria causaram 5,5 mil óbitos em crianças brasileiras de até 5 anos de idade. Em 2009, foram 50 óbitos. Muitas pessoas, inclusive profissionais de saúde, nos dias de hoje desconhecem diversas doenças, extintas graças ao efeito das vacinas aplicadas no passado, em campanhas de amplo alcance.

A compreensão da importância da vacinação parece prevalecer, aliada ao desenvolvimento científico e tecnológico, ao trabalho dos gestores e ao senso de responsabilidade dos cidadãos. Isso reforça a consciência de que vacinar uma criança significa muito mais do que sua proteção individual, pois sustenta uma condição de saúde coletiva alcançada com muito trabalho e esforço.

No entanto, o Programa Nacional de Imunização (PNI), que é referência mundial consagrada pela sua eficácia, agora não funcionou a contento. Quando alguns procedimentos práticos foram acionados, no sentido da compra de vacina, a falta de planejamento e logística gritou mais alto. O governo se deu conta de que não havia comprado seringas e agulhas – e passava a ter dificuldades de aquisição desses produtos, que se tornaram escassos no mercado, em função da enorme procura no mundo todo.

Pura imprecaução, que afeta com gravidade a população. Esta, ao contrário, é incentivada a descumprir as normas da Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugerem recolhimento e isolamento, na maior escala possível, em todos os continentes. Variações climáticas, geográficas, populacionais ou econômicas não alteram em nada essas recomendações.

Mas este não é o caso do Brasil, onde o próprio presidente da República seguidamente faz declarações ou toma atitudes que seguem no sentido contrário, sugerindo a aglomeração e o convívio aproximado das pessoas. Muita gente segue. E agora dá indicações de que não quer vacinar e retarda ao máximo qualquer ação que pudesse colocar o Brasil no seu lugar de pioneiro em vacinações.

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