Historinhas de Carnaval 2024

Existe uma lenda de que o Carnaval é uma festa profana em que se exacerba a libidinagem, o despudoramento. Bobagem, festa onde se dizem algumas verdades, é claro, mas sem nenhuma intenção escondida.

Quarta-feira pré-Carnaval. Uma festa animada. Na ponte levantarão o Galo. A orquestra de maestro Forró, em uma balsa, traz o frevo rasgado. Getúlio Cavalcanti e os frevos de Bloco, os tradicionais de velhos tempos. Milhares de pessoas se aglomeram. Um grupo de idosos se encontra. Maravilhados, resolvem que no próximo ano formarão um Bloco. Com estandarte e flabelo. Tudo que tiverem direito. O nome já foi escolhido. “O Galo Sobe, o Pinto Desce.”

Sexta-feira tem o “Nem sempre Lilly toca flauta”. Maldosos vêem segundos sentidos no título. Deturpam a visão de musicista tão importante de teatros líricos em palcos parisienses. Sei por que a conheço bem.  É prendada com sólida formação musical. Toca vários instrumentos. Na percussão a batucar no tambor, o chacoalhar do caxixi. No sopro, além da delicada flauta, o trombone e a sua especialidade. Coloca na boca, com maestria, uma enorme tuba.

No sábado tem o “Pinto do Galo da Madrugada”, também chamado erroneamente de Pinto da Madrugada. Pedro e Suzana comandam a festa. Reúne-se no Marco Zero. Bem cedo, com a tradicional sopa cabeça de galo para animar os foliões. Contagiante o frevo no amanhecer, a fidelidade dos seguidores de mais de trinta anos. O mesmo grupo de idosos presentes. Sua ala tem alegoria e título. Chamam de “Tesão só de Mijo”.

Encontro uma velha amiga. Velha no sentido de ser conhecida faz muito tempo, mas, também, demonstrado pela idade avançada. Eufórica me conta que vai ao Carnaval. Com fantasia e tudo que lhe for possível. Quer justificar o Bloco do qual será uma das madrinhas. Escolhida este ano. O nome é “Hoje a Mangueira Entra”.

Festa família, sem nenhuma intenção adicional.