Jesus e Lula

O movimento altivo das lideranças evangélicas que não aceitam papel de gado é um novo cumprimento de bem-aventurança

Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas

Sei que o título acima pode parecer oportunista. Mas é necessário e entendam por quê. Neste momento das eleições do Brasil, quando o voto em Lula pode leva-lo à vitória no primeiro turno, neste exato instante, existe perseguição nas igrejas a evangélicos que irão votar no maior líder da América Latina.

A resposta à intolerância contra os cristãos está nas notícias de toda imprensa: perseguidos e decepcionados, fiéis anti-bolsonaristas buscam alternativas para manter sua prática religiosa e, com a ajuda das redes sociais, se encontram e formam agrupamentos informais… Nas últimas semanas, foram identificadas várias ocorrências de ataques, discriminação, perseguição e linchamentos simbólicos contra quem se identifica com as esquerdas políticas.

“Lideranças evangélicas por liberdade, democracia e paz” é o nome do evento que ocorre nesta quinta, 22 de setembro, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio. A promoção é do movimento “Somos um pela democracia. Somos todos pelo Brasil”, em ação motivada por acontecimentos recentes no ambiente das igrejas. 

No entanto, os pastores, que perseguem a consciência livre dos irmãos nas suas igrejas, são os mesmos que se vendem ao infame ocupante da presidência e cobram dinheiro por suas igrejas. Para os próprios bolsos como uma nova arca. Se Jesus Cristo fosse vivo, esses espertos seriam expulsos dos templos sob chicote de cordas aos gritos de justiça: “Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!”.

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O belo pensamento que reza “onde está o teu tesouro, aí também está o teu coração” se transformou em “Onde está o tesouro, aí estará também o teu coração”, pois a cobiça e desonestidade tomam conta dos guias dos pobres crentes e carentes. Que desonra para um ideal de salvação da alma!

Aquela palavras universais de empatia profunda de humanidade, que viam em todos os homens famintos a própria fome, e agradeciam aos que lhe deram comida em outras bocas, que sentiam a dor dos imigrantes sem guarida, que se identificavam com os nus que recebiam roupas, que se viam presos a receberem visitas, foram mudadas para a pergunta e destino maldito: O que podemos ganhar em dinheiro vivo com os recursos da Educação e com a ignorância sem remédio da fé? Pois a graça não é mais de graça.

Mas para nossa felicidade, o movimento altivo das lideranças evangélicas que não aceitam papel de gado é um novo cumprimento de bem-aventurança. O movimento cresce com o sofrimento da perseguição por causa da justiça, porque dos homens e mulheres é o reino dos céus, criado na luta por seu voto a partir da terra brasileira.

O conselho do momento é, para todos os crentes das igrejas: tomem as suas precauções, mas conservem a calma, e não tenham medo nem vacilem nos seus corações por causa do furor dos restos de lenha fumegantes, do pesadelo bolsonarista no fim. Ainda que venham a sofrer porque vivem em justiça, serão felizes. A ordem maior é que não se atemorizem por causa de ameaças, e nem mesmo se alarmem.

Como bem falam os bravos:

“Os adversários de Deus assumiram o controle desta nação, mas isso vai ter fim, em nome de Jesus. Eles levaram o nosso povo à fome, à miséria, à angustia, nossos filhos perdendo a esperança, eles destruíram a educação, a soberania nacional, eles acabaram com o emprego. Nós vamos pelejar e a nossa arma, irmãos, é a palavra de Deus, que faz a verdade triunfar”, disse o pastor Ariovaldo Ramos, líder da Comunidade Cristã Renovada e coordenador nacional da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito. E mais:

“Vamos hoje desconstruir a mentira de que cristão não vota no PT. Uma mentira jamais se sustentará quando as ações são mentirosas. Provérbios 29:2 diz que quando um governo é justo o povo se alegra, mas quando o governo não é justo o povo geme. E o que nós temos visto no governo Bolsonaro é o povo sofrer, o povo gemer de fome, de falta de empregos e tudo mais”, afirmou o pastor Alair Lima, da 1a Igreja Batista em Jardim Alcântara. E completou: “O período em que o povo evangélico mais teve a sua alegria, foi no período em que Lula foi presidente do Brasil”.

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Em outras e próprias linhas deste escritor: se todos somos filho de Deus, devemos ter liberdade de escolha. O que vale dizer, devemos ter o maior valor da liberdade de consciência. Todo homem e mulher têm seu livre-arbítrio.

E lhes asseguro enfim, amigos, que tudo isso sobrevirá a esta geração. Nas igrejas, para todo cristão, Jesus é Lula. De hoje até o fim dos tempos do fascismo no Brasil.

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