Jogo jogado

Muitas e muitas coisas deverão ainda ser discutidas quando o assunto for as eleições deste ano no Brasil. Mas um aspecto de sua grandiosidade não suscita dúvidas: foram eleições disputadas, limpas, sem incidentes graves e sem contestações sobre os resultados. O nosso sistema eleitoral tem passado pelo teste das urnas, como se diz.

Desenha-se um Brasil político em que 135 milhões de eleitores participaram, mesmo os que não foram votar (uns 30 milhões) e os que ao votarem anularam o voto ou votaram em branco (uns 7 milhões) e aqueles que preferiram tais ou quais candidatos (uns 100 milhões).

A democracia e a constitucionalidade, que haviam sido respeitadas quando o presidente Lula com toda sua popularidade descartou quaisquer pretensões a um terceiro mandato consecutivo, saíram fortalecidas.

Desde a democratização estas foram as eleições mais partidárias e seus resultados confirmam isso.

Formou-se no Congresso uma maioria de partidos coligados em torno da presidente eleita que facilitará as tarefas do governo e representará o conjunto das forças hegemônicas. Na oposição desenha-se uma composição partidária mais centrada em um único partido (PSDB) e nela o peso dos governadores eleitos será proporcionalmente maior que na situação. Os vitoriosos ocupam-se em organizar o governo; os derrotados já falam sobre as futuras eleições.

Enquanto o último discurso do candidato derrotado foi problemático e lamentável, o primeiro pronunciamento de Dilma eleita (escrito e lido) foi preciso, forte e minucioso. Devem se destacar também suas entrevistas e sobretudo, a inusitada coletiva a dois, dela e do presidente Lula. Se as eleições fossem hoje Dilma certamente ampliaria sua votação.

A vida continua e o movimento sindical já se posiciona sobre o reajuste do salário mínimo com ganhos reais, peça angular da valorização dos salários, do fortalecimento da economia e da reivindicação dos trabalhadores.

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