Juventude: Seis décadas de história

A Organização Continental Latino Americana e Caribenha de Estudantes (OCLAE) e a União da Juventude Socialista do Brasil – vice-presidente da Federação Mundial de Juventudes Democráticas (FMJD), estiveram presentes ao evento que comemorou o 60° aniversári

Caracas, capital da República Bolivariana da Venezuela, foi o palco desse memorável acontecimento que reuniu dezenas de representações políticas juvenis e estudantis de todo o mundo durante quatro dias (de 22 a 26 de agosto). Foi nessa mesma cidade que há dois anos se realizou o último Festival. Já o próximo FMJE deverá ser na Bielorússia, antiga república da URSS, cuja juventude herdeira das lutas do Konsomol apresentou um belo documentário desse país, reivindicando sediar o evento.


 


 


Seis décadas de história foram lembradas com muito debate, subsidiados por documentos e até uma apresentação em vídeo que pretendeu resgatar os principais momentos das atividades, contextualizando-os historicamente. Trata-se de uma rica trajetória que começou no início da guerra fria e desenvolve-se até hoje na complexa luta pelo socialismo em diferentes países (com suas respectivas peculiaridades) e na ação antiimperialista como elo aglutinador capaz de unir todas as juventudes progressistas, povos e gerações.


 



 
No âmbito da FMJD muita discussão em torno das atividades e propostas de agendas, mobilizações e atualização do quadro político mundial, com direito a leituras distintas, mas unificadas no essencial. Também uma reunião específica entre as organizações juvenis da América Latina foi realizada durante à tarde do último dia com grande e entusiasmada participação.


 



 
Nesse momento de grande ebulição política em nosso continente, essa reunião regional ganhou ainda mais relevância e foi uma das mais prestigiadas dos últimos tempos com mais de 20 países presentes com diversas organizações.


 


 


 Em pauta plataformas de ação e a construção de mecanismos de trabalho mais dinâmicos que sejam capazes de auferir um maior protagonismo à juventude nos processos políticos locais. A inserção da FMJD numa vasta programação de lutas em variados movimentos sociais foi reivindicada pautando eixos prioritários voltados a algumas ações como, por exemplo, uma atividade juvenil sobre a Alternativa Bolivariana para a América (Alba) a ser realizado paralelamente à Cupula Ibero-Americana de Nações, no Chile. Foi pleiteada também uma maior inserção das organizações juvenis na dinâmica e eclética agenda dos movimentos sociais no âmbito da Aliança Social Continental.


 


 


 O debate entre as organizações políticas irmãs de toda a América Latina é sempre um espaço privilegiado ao intercâmbio fraterno das experiências de lutas de cada organização em seus respectivos países. Nesse sentido, foi muito importante a iniciativa e a oportunidade de intervenção das diferentes juventudes. Um exemplo disso foi o alerta de algumas organizações, notadamente do Cone-sul, que chamaram atenção ao perigo de se criar uma clivagem artificial entre, grosso modo, um suposto bloco composto por países alinhados à revolução e outro bloco que reúne os não alinhados. Recordemos que a divisão do mundo entre eixos do bem e do mal partiu do próprio imperialismo norte-americano, a quem mais interessa a divisão da esquerda na América Latina. Uma leitura ainda menos coerente poderia sinalizar a ALBA como único processo de integração dos povos e nações, desconsiderando outros processos e iniciativas como Mercosul e Unasul.


 


 


O pensamento da UJS tem sido o de apoiar todos as iniciativas de integração que tenham peso contra-hegemônico, caráter multilateral e que visa resguardar, em melhores condições, os interesses dos nossos países levando em consideração as singularidades de cada um, a necessidade de diminuir as assimetrias e o acúmulo de forças de cada povo. Como bem lembra o lema do próximo congresso da OCLAE, “unida, América Latina triunfa”.


 


 


E é essa união que vai balizar a luta da juventude guatemalteca nas eleições presidências desse país no próximo final de semana, impulsionar a campanha do referendo em Costa Rica contra os TLCs, revigorar a defesa da Revolução Cubana, impulsionar as mudanças em países como Uruguai, Argentina e Brasil e tantas outras batalhas que apenas serão exitosas unindo todas as forças antiimperialistas.


 


 


Os Festivais Mundiais de Juventudes e Estudantes são provas dessa amplitude e esse encontro em Caracas foi mais uma grande oportunidade para reafirmar a unidade da juventude latino-americana contra o imperialismo.

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