Kaká e Kfouri na terra do futebol

Em entrevista coletiva concedida dia 22, na África do Sul, o jogador Kaká disse sentir-se perseguido por motivos de crença pelo jornalista Juca Kfouri. Juca vem criticando os gestos de jogadores que fazem sinais religiosos ou exibem camisetas de suas crenças após sofrer ou defender (no caso de goleiros) gols. Profissionais de comunicação identificados com as empresas para as quais trabalham tratam o assunto como se fosse uma briga entre a seleção de futebol e a mídia. Mas não é este o caso.

Ao responder, na coletiva televisionada, à pergunta do jornalista André – filho de Juca Kfouri –, Kaká atacou: "Há algum tempo, em seu blog, os canhões do teu pai têm me atingido. Queria aproveitar a pergunta para responder às críticas que ele vem fazendo. O motivo pelo qual Juca me ataca não é profissional, ele já deixou claro que me ataca porque eu defendo publicamente a minha fé em Jesus. Mas da mesma forma que eu respeito ele como ateu, gostaria que ele respeitasse a mim e a milhões de brasileiros que crêem em Jesus Cristo", disse.

 

Alguns meios de comunicação, desinformados (o que não é raro) ou de má fé (raro?) relacionaram a agressividade do jogador com uma informação dada pelo bloguista a respeito de problemas de quadril do atleta, que afetariam sua carreira.

Kfouri rebateu, repondo a questão religiosa: "Kaká se engana e enfiou Jesus onde Jesus não foi chamado. Critico sim o merchandising religioso que ele e outros jogadores da Seleção costumam fazer, tentando nos enfiar suas crenças goela abaixo. Um tal exagero que a Fifa tratou de proibir, depois do que houve na comemoração da Copa das Confederações".

A peleja não começou agora. No artigo “Deixem Jesus em paz”, de agosto de 2009, ele escreveu: … se bem me lembro de minhas aulas de catecismo” (é pecado usar seu santo nome em vão), “está no segundo mandamento das leis de Deus.

E como o santo nome anda sendo usado em vão por jogadores da seleção brasileira, de Kaká ao capitão Lúcio, passando por pretendentes a ela, como o goleiro Fábio, do Cruzeiro, e chegando aos apenas chatos, como Roberto Brum.

Ninguém, rigorosamente ninguém, mesmo que seja evangélico, protestante, católico, muçulmano, judeu, budista ou o que for, deveria fazer merchandising religioso em jogos de futebol nem usar camisetas de propaganda demagógicas e até em inglês, além de repetir ameaças sobre o fogo eterno e baboseiras semelhantes.

Como as da enlouquecida pastora casada com Kaká, uma mocinha fanática, fundamentalista ou esperta demais para tentar nos convencer que foi Deus quem pôs dinheiro no Real Madrid para contratar seu jovem marido em plena crise mundial.

Ora, há limites para tudo.

É um tal de jogador comemorar gol olhando e apontando para o céu como se tivesse alguém lá em cima responsável pela façanha, um despropósito, por exemplo, com os goleiros evangélicos, que deveriam olhar também para o alto e fazer um gesto obsceno a cada gol que levassem de seus irmãos…
Ora bolas!

Que cada um faça o que bem entender de suas crenças nos locais apropriados para tal, mas não queiram impingi-las nossas goelas abaixo, porque fazê-lo é uma invasão inadmissível e irritante.

Não é mesmo à toa que Deus prefere os ateus…”

Palavras da salvação, Kfouri, palavras da salvação!
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