Lágrima de urubu?! Não tenho pena, não!

Com juros a 14,25%, Copom estrangula empregos e salários; é hora de unir forças populares e exigir menos juros, mais desenvolvimento e justiça social.

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A 270ª reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) ocorrerá nos dias 6 e 7 de maio de 2025 e definirá a taxa de juros Selic, acreditem, no patamar de 14,25%, com viés de alta!

 “O Comitê segue avaliando que o cenário-base prospectivo envolve uma desaceleração da atividade econômica, a qual é parte do processo de transmissão de política monetária e elemento necessário para a convergência da inflação à meta.” (Ata da 269° Reunião do Copom.)

Observe: “o cenário-base prospectivo envolve uma desaceleração da atividade econômica, a qual é parte do processo de transmissão de política monetária e elemento necessário para a convergência da inflação à meta.”

Ou seja: o cenário permite ver a desaceleração da atividade econômica, que desacelera graças aos juros da política monetária. E explica: reduzir a atividade econômica é elemento necessário para a inflação entrar na meta.

Então, é assim:

  • O Copom atende ao mercado, em defesa do desemprego, por um crescimento menor e contra os salários. Isso não é “Independência”, isso é sabotagem descarada.     
  • O Congresso pega o dinheiro do governo Lula e não permite que ele execute, sendo o Poder Executivo; – As estatais seguem sob a cartilha neoliberal, sob as mais diversas pressões, de acionistas privados, de interesses privados, sob duro escrutínio para não cumprirem seu papel fundamental de impulsionar o desenvolvimento e a industrialização do Brasil;
  • A Imprensa é o primeiro nível de fake news contra o governo. Os grandes veículos de Imprensa, no geral, são parte de conglomerados econômicos no Brasil e no exterior, primeiros interessados nos JUROS ALTOS, pois a mesma taxa Selic que remunera o investimento dos mais ricos é a taxa que impactará nos juros cobrados, o custo do crédito, que onera os mais pobres. Por isso, o grande êxito do Real e do capitalismo financeiro, rentista parasitário brasileiro é esse: eles lucram com renda, e nós, trabalhamos.

Estamos sob guerra híbrida, que no campo comunicacional funciona a lá gabinete do ódio. As plataformas digitais ocidentais são dos 1% mais ricos, então eles leem o que quiserem sobre nós. Funcionamos dentro da rede “deles”. Nenhum estado pode ser soberano hoje sem ter sua própria soberania digital. Não definimos as curtidas, eles definem. E ainda há um terceiro nível, que é o das milícias digitais, sempre associadas a interesses estrangeiros, a exemplo dos Bolsonaro.

  • O “mercado” empareda o governo explicitamente para que não distribua renda, não gere empregos, não diminua a desigualdade, não dê os direitos aos trabalhadores, não se reduza a jornada. E o mercado é pouca gente, mesmo. E “tá dominado, tá tudo dominado” de tal modo, que esses possíveis consultáveis do Boletim Focus, tornam isso “ortodoxia”, “responsabilidade fiscal”. E até o Galípolo aplica. O consenso econômico é de extrema direita antes do seu despontar, em junho de 2013. O fascismo é função do imperialismo e da concentração de capital, da desigualdade. Eles não precisam mais da democracia, eles querem o Coringa na Presidência. É grana. É por isso que o Copom tem a pachorra de dizer que seu papel na luta contra a inflação é jogar água fria na economia, diminuir o surgimento de empregos, não crescer o salário, e assim eles soam como a música de Baiano e os Novos Caetanos (Chico Anísio e Arnaud Rodrigues):

Urubu tá com raiva do boi
E eu já sei que ele tem razão
É que o urubu tá querendo comer
Mas o boi não quer morrer
Não tem alimentação
O mosquito é engolido pelo sapo
O sapo a cobra lhe devora
Mas o urubu não pode devorar o boi
Todo dia chora, todo dia chora”.

Claro que essa elite financeira odeia o Lula. Odeia-nos a todos que trabalhamos, produzimos, fazemos o Brasil. Eles parasitam a economia real e têm lucros imorais que vêm do trabalho e do endividamento do povo. Não podia jamais o COPOM virar um ente que em plena luz do dia, pudesse dizer impunemente que a saída é tirar dos pobres, dar mais aos ricos, essa agenda de horror e morte que eles querem eterna. Precisamos nos insurgir contra esse novo regime colonial de escravização do povo brasileiro. A agenda do Primeiro de Maio ilumina o caminho a seguir:

  • Redução da jornada, sem redução salarial;
  • Fim da carestia;
  • Isenção do IR até R$ 5 mil;
  • Menos juros, mais empregos;
  • Igualdade salarial entre homens e mulheres (lei 14.111).

É preciso ampliar a unidade no campo popular para assegurar a Frente Ampla. Sem a luta do povo, os obstáculos são intransponíveis para qualquer governo. O neoliberalismo é a própria forma do capitalismo nessa época. Precisamos de ambas: a unidade ampla de todas as forças sociais que apoiam o governo – sem ilusões – e a mobilização das forças populares em defesa de uma agenda econômica de desenvolvimento, soberania, democracia e emprego, salário, uma vida melhor para todos.

Lágrimas de urubus não devem nos comover. Muito bem ensina A Internacional:

“Abomináveis na grandeza/
Os reis da mina e da fornalha /
edificaram a riqueza / sobre o suor de quem trabalha. /
Todo o produto de quem sua/
a corja rica o recolheu /
querendo que ela o restitua/ quer só o que é seu”.

Menos Juros, Mais Empregos! Classe Trabalhadora, vamos nos unir!

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