Mara Nunes: O rap é compromisso até no carnaval

O impressionante para mim, que não sou do movimento, foi o fato de não ter havido incentivo algum para a realização do evento. Não houve verba sequer para a contratação do som. Não houve locação de ônibus para viabilizar o deslocamento do pessoal. Nada. A solidariedade e a determinação foram as palavras-chave.

A mesa de som foi cedida por um, os microfones por outro, os amplificadores por uma outra pessoa, e assim por diante. Cada um da sua maneira doou o que tinha e o evento foi um sucesso. Repito, eram mais de 1000 pessoas e não houve uma briga sequer. Não dizem que o povo do rap é violento? O White administrou os problemas com a seriedade de um pai que tem que educar (às vezes com rigidez), mas que se emociona com o crescimento dos filhos.

Recebeu abraços, ouviu queixas, resmungos e muitos agradecimentos, suou a camiseta literalmente, pode colocar em prática a fama de psiquiatra e sorriu com toda aquela gente que só quer um espaço para mostrar sua arte e deixar de ser invisivel para o mundo. Parabéns, maestro White!

Tua orquestra de meninos, homens e mulheres de todas as cores e idiomas só não me fez chorar de emoção porque o sorriso no rosto de cada um foi contagiante e sorri também!
 

Mara Nunes – é moradora de Porto Alegre – RS.