Marcelo Queiroga, um general do Apocalipse Bolsonaro

O ministro tem demonstrado ser mais bajulador do que se esperava, cumprindo fielmente o roteiro determinado pelo seu “empregador”, o Mandrião, na condução errática do combate à Covid-19

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro da Saúde, o paraibano Marcelo Queiroga, é médico. Aliás ainda é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, conduz o ministério desde março de 2021 e tem sido uma das figuras que reforçam a caraterização desse governo como anti-civilizatório. Aliás, o ministro tem demonstrado ser mais bajulador do que se esperava, cumprindo fielmente o roteiro determinado pelo seu “empregador”, o Mandrião, na condução errática do combate à Covid-19.

O ministro chegou a abrir uma “consulta pública” sobre a necessidade de vacinação das crianças entre 5 e 11 anos para “ajudar” os pais a tomarem a devida decisão sobre a vacinação dos seus rebentos, uma postura absolutamente ridícula e que, revelado o número de participantes dessa patética consulta, menos de 24 mil pessoas, se percebe o quanto a população achou irrelevante esse procedimento, aliás condenado pelos especialistas sérios.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a vacinação dos pimpolhos em 16 de dezembro passado, e provocou um surto colérico em Bolsonaro e sua caterva, transformando esse tema em mais uma “batalha” política desse setor asqueroso da sociedade brasileira.

A iniciativa de fazer a consulta partiu do próprio Queiroga, em resposta ao furioso “chefe”, que precisava acalmar as hordas negacionistas bolsonaristas, que passaram a surtar nas redes sociais.

O que o Queiroga ignorou solenemente foi o fato de que mais de 30 países já iniciaram ou vão iniciar a vacinação em crianças. Além dos EUA, na Europa 23 países fizeram isso:  Alemanha, Áustria, Bélgica, Croácia, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Malta, Portugal, Reino Unido, República Tcheca e Suécia. Além desses, Austrália, Bahrein, Chile, China, Cuba, El Salvador, Emirados Árabes Unidos, Equador, EUA, Israel, Indonésia, Filipinas, Nova Zelândia, Singapura e Tailândia, já aprovaram o processo, e iniciaram, a vacinação para as crianças.

Enfermeira aplica vacina em criança em Pequim, na China I Foto: Xinhua

Parece uma fixação de Bolsonaro, a adoração à morte, mesmo que, ao primeiro sinal de adoecimento, o “duce” se mostre frágil e medroso. O desejo da morte, para os outros, é uma característica desse presidente, e por tabela do seu governo, e a ação para que o Ceifador tenha uma farta colheita se dá desde o primeiro momento em que se registrou o primeiro caso de Covid-19, no começo de março de 2020.

A mente delirante do “capitão cloroquina” se apega a um conceito deturpado de “liberdade”, aplicado sem nenhuma relativização, por seus seguidores, colocando a sua liberdade sobre a liberdade dos outros, na medida em que o “direito” de fazer o que quiser e bem entender, sem as regulações sociais, vindas do Estado, tornou-se um discurso que milhões de braZileiros abraçaram. E o ministro da Saúde, Queiroga, segue à risca o presidente, mesmo que faça discursos insossos que ninguém em sã consciência leva a sério.

É de se esperar que a Ciência, eterna vítima da ignorância, vença o embate contra os negacionistas, terrraplanistas e fascistas, mas o custo humano é devastador, com mais de 619 mortes, 412 mil só em 2021, uma média de 1.128 mortes por dia, sem falar das sequelas produzidas pela pandemia, cujo custo econômico e social ainda deverá ser medido.

Parece que o Queiroga se agarrará ao governo fascista como um carrapato até o seu final e passará para a história como um dos ministros da Saúde que se dobrou à ignorância e serviu a um governo genocida.

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