O Brasil de Mano

Mano Menezes é o novo treinador da seleção. No discurso, na convocação e na exibição em seu primeiro amistoso, mostrou que as coisas estão mudando. Mas é preciso ter calma. Ainda é só o começo. Tanto pra torcida, como para o próprio Mano.

Após o fiasco da repressão quase militar de Dunga na Copa do Mundo, o mandatário pretendente a dono do futebol brasileiro, Ricardo Teixeira, resolveu não inventar a roda, tampouco requentar o café.

A escolha por Mano Menezes se baseia, fundamentalmente, no seu retrospecto do primeiro semestre de 2009. Naquele período, o treinador montou o melhor time do país, coroado pelos títulos paulista e da Copa do Brasil.

E aquele Corinthians que venceu tudo à época, começou a ser gestado na segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Foi um trabalho de paciência, que precisou resistir às pressões de uma das torcidas mais exigentes do Planeta Bola.

Nada mais importante para a seleção neste momento. O escrete canarinho reinicia sua caminhada após a Copa sob a desconfiança do povo brasileiro e até de outros países.

A começar pela imprensa estadunidense, passando pelo gênio Johann Cruyff, era quase unânime a opinião de que faz falta um pouco de futebol brasileiro para a seleção verde e amarela. Diante disso, Mano convocou a seleção da galera. Até porque, como em qualquer emprego, é bom começar agradando a todos.

Toda a fauna que nos faltou na Copa (Pato, Ganso,…) foi chamada. E deu certo!

O Brasil teve uma atuação convincente na vitória por 2 a 0 sobre os Estados Unidos. Mostrou que o nosso futebol (aquele que não foi à Copa) ainda é infinitamente superior ao deles e agora a imprensa de estrelas e listras pode voltar a sorrir. Por puro masoquismo.

Mas ainda há muito tempo pela frente. Os adversários não serão sempre uma baba, e a seleção não disputará as eliminatórias. Ou seja, o time será formado em algumas competições espalhadas pelo caminho e muitos amistosos. O que torna a tarefa mais difícil.

A próxima Copa será no Brasil, o que aumenta a pressão por resultados, e ficará a pergunta: Mano ousará na estética ou optará pelo pragmatismo?

Embora grande parte da galera prefira a primeira, na hora pode pesar a segunda. Mas uma coisa é certa. O modelo ditatorial e limitado de Dunga não funciona. O futebol brasileiro precisa de criatividade, improviso, sacanagens com a bola. Às vezes isso não acompanha um comportamento de coroinha. Lembram do Romário? Pois é…

A bola está com Mano, e esperamos que cheia.

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