O Modelo

Não sou especialista na área, mas um cidadão pertencente a uma faixa social que estudou, inclusive em boas escolas públicas, originário de uma geração em que o sonho de uma sociedade mais justa dava o tom nas acirradas polêmicas sobre os caminhos para o N

Um país continental conhecido como a América que fala o português, rico em recursos de todas as espécies, fruto de uma miscigenação única, tendo como base o índio, o negro e o colonizador português, e outros tipos de imigrantes posteriormente, que sintetizou um povo de quase duzentos milhões de habitantes, vive atualmente alguns graves dramas.


 



Sempre cobiçado pelos grandes impérios de todas as épocas, passou por etapas distintas em seu itinerário. Propagaram a tese da impossibilidade de virmos a ser uma nação industrializada. Seríamos uma monumental fazenda tropical, predestinados à agricultura e importadores de produtos industrializados. Superamos essa farsa racista.
Transformamo-nos em um país industrializado. Vivenciamos épocas de esperanças, crescimento econômico refletido na cultura e no espírito da população. Havia a perspectiva do presente em marcha ao futuro. Mas sob nós sempre existiu um vulcão pronto a entrar em erupção.


 



A nação crescia, modernizava-se, adquiria ares de um Estado nacional rumo à emergência. No entanto, segmentos do capital sempre postergaram as reformas essenciais ao pleno desenvolvimento, quer seja na democracia de meia sola ou através de regimes ditatoriais.


 



O Brasil chegou a ser a 11ª economia do mundo e continua mais ou menos por esse patamar. Chegaram as décadas inúteis dos anos oitenta e noventa passadas. Intensa estagnação econômica com brutais reflexos na área social. Foram os anos dourados para o capital parasitário.


 



Somem-se a essa época os males históricos: a persistente concentração da renda em mãos de uma minoria. Agigantaram-se a miséria, as favelas, a criminalidade, atingindo adultos e menores de todas as idades. Diziam que o bolo tinha que crescer para ser distribuído. O que foi democratizado encontra-se aí, a poderosa indústria do tráfico, crimes hediondos, sem distinção entre ricos e pobres. A nação encontra-se estruturalmente enferma. Os debates sobre segurança e mudanças no código penal são urgentes mas paliativos.


 



O histórico modelo brasileiro faliu. Ou produzimos uma sociedade de crescimento econômico com justiça social ou a barbárie reinará quase absoluta.

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