Os cinco dedos da mão para enfrentar a crise

As centrais sindicais e todo o movimento sindical dos trabalhadores têm já uma pauta cheia até o fim do ano. O tema geral é um só: como enfrentar a crise sem perder direitos, sem paralisar o crescimento com distribuição de renda, os investimentos públicos

Eu digo que tal pauta é a mão com seus cinco dedos.


 


1. As centrais estabelecem o programa mínimo unitário que, a seu juízo, melhor represente na atualidade aquelas aspirações. Afirmam o que não admitem (o fim da política de correção real do salário mínimo), aquilo que defendem (a aprovação das convenções 151 e 158 da OIT, a redução da jornada sem redução de salários) e aquilo que estão dispostas a negociar (mudanças na tabela do IR); em todo o caso evitam a histeria ou a anestesia sobre a crise e seus efeitos;


 


 


2. Cada central, de acordo com as particularidades de suas bases setoriais e regionais, acrescenta a esses temas gerais as preocupações, reivindicações e propostas particulares. Os metalúrgicos do Paraná, filiados à Força Sindical, por exemplo, consolidam suas vitórias nas montadoras e procuram resolver, com rapidez, as negociações salariais com os outros setores patronais que procuram estorvá-las com os lamentos sobre a crise. Desmascaram essa histeria demonstrando que as férias na Volkswagen de São José dos Pinhais têm como objetivo a reestruturação das linhas de produção; na New Holland o segundo turno foi suspenso porque faltam peças para montar as encomendas de colheitadeiras, que são grandes;


 


 


3. As centrais pedem uma audiência ao presidente Lula; nela reafirmarão para ele e perante a sociedade suas posições unitárias, suas reivindicações e o apoio às medidas urgentes e positivas que precisem ser tomadas;


 


 


4. As centrais organizam, no início do mês de dezembro, a 5ª Marcha Nacional de Brasília, sob o lema geral “Desenvolvimento e Valorização do Trabalho”;


 


 


5. As centrais articulam, em coincidência com a Cúpula das Américas, que ocorrerá em Salvador na Bahia em meados de dezembro, o Encontro Continental dos Trabalhadores contra a Crise. Neste evento, as diversas direções nacionais dos trabalhadores reafirmarão perante seus povos e o mundo a disposição unitária dos trabalhadores de enfrentar a crise sem perder dedos nem anéis.

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