Pronto Arthur, falei.

É preciso um moleque que ajudou (e como) a eleger o genocida, se eleger deputado se juntar a um juiz corrupto e bandido, viajar até a Ucrânia para destilar a sua “molecagem”

Foto: Alesp

“Eu sou homem para assumir que errei”, “Eu vi coisas incríveis que me transformaram”, “Aquilo (que vocês ouviram nos áudios) é o moleque”. São essas frases que mostram o deputado do estado de São Paulo sendo apenas ele mesmo: filho do machismo histórico impregnado no sistema que rege a vida social, como todos nós, homens. A diferença entre os homens é que uns continuam a defender o capitalismo (fadado ao fracasso), enquanto outros preferem o caminho da desconstrução social e consciência de classe, combatendo o sistema que estimula e alimenta a opressão, desigualdade e injustiça.

Não basta todo o processo pandêmico da covid (que levou mães, pais, filhos (as), amigos (as), irmãos (ãs), causando-nos dor e sofrimento? Não basta a eleição de um genocida no Brasil que vem compactuando com tudo o que tem de pior no ser humano e na sociedade? Não basta um conflito bélico entre forças capitalistas que disputam o poder, colocando-o acima do direito à vida? Não, não basta.

É preciso um moleque que ajudou (e como) a eleger o genocida, se eleger deputado se juntar a um juiz corrupto e bandido, viajar até a Ucrânia para destilar a sua “molecagem”, fazendo pouco do sofrimento que sente todo o planeta, ridicularizando (ainda mais) o povo brasileiro? Não, não é possível que isso tenha acontecido.

E como se sua atitude fosse apenas uma brincadeira de escola, o deputado (já com um grande movimento que pede sua cassação) faz uma “live”? Isso mesmo, uma live como se estivesse brincando de youtuber com suas provocações vazias e baratas (como de costume) para pedir desculpas. Desculpas para quem? Desculpas para quem o elegeu? Para as mulheres ucranianas? Para todas as mulheres do mundo que sofrem desigualdade social e tantas outras atrocidades? Para que esse “moleque” pede desculpas? Acho que nem ele sabe.

Acontece, seu “moleque” que o problema não é o áudio vazado, o problema não é sua reputação, muito menos seu mandato, o problema é saber que você pensa e sente o que você mostrou sentir, e isso já não é mais molecagem, mas um gesto tão desumano que nem suas desculpas são capazes de amenizar tal atitude. Faz o seguinte, seu “moleque”: Deixa as coisas onde você pegou, vá para o seu quarto e só saia de lá quando você souber respeitar as pessoas, pois isso não é molecagem, mas mau caratismo. Pronto Arthur, falei.

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