Quem ganha governa

O objetivo maior de qualquer organização partidária é o poder político, sem o que é impossível materializar as suas idéias. A conquista de governos, uma parte do poder político, faz parte deste objetivo.

É claro que uma organização política séria, para alcançar esse objetivo, nem pode adotar a lógica de Maquiavel, segundo a qual “pouco importa os meios que se utiliza para alcançar um determinado fim” e, tampouco, se comportar como o pitoresco anarquista latino, para quem “se havia governo, ele era contra”.


Por essa lógica é mais do que razoável supor que quem ganha governa e quem perde faz oposição. Assim, se os vitoriosos não assumissem a responsabilidade de governar, não se justificaria a disputa pelo espaço político que empreenderam.


Essa regra, aparentemente elementar, não é plenamente compreendida por boa parte da esquerda. Em certa medida pelo longo período em que passou na oposição, a ponto do senso comum associar, erroneamente, esquerda com oposição e direita com situação.


 


Oposição e situação são posicionamentos políticos conjunturais, adotados em relação a um determinado governo. Já esquerda e direita, no governo ou na oposição, são posicionamentos ideológicos, baseado em objetivos e programas antagônicos. Enquanto a esquerda luta por transformações sociais progressistas (distribuição de renda, liberdade de organização popular, reforma agrária, etc.), a direita se organiza precisamente para barrar tais avanços.



 
Logo, se a esquerda se nega a governar a direita agradece, pois isso facilita o seu retorno ao governo. É com essa compreensão que o PCdoB pretende contribuir com a administração do presidente Lula e dos 14 governos estaduais que ajudou a eleger, dentre os quais o do Amazonas.


 



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