Recado das urnas

Acabou o 2o turno e Lula se reelegeu com a maior votação já atribuída a um presidente no Brasil. Foram 58 milhões de votos ou 61% dos votantes. Uma votação consagradora, especialmente quando se sabe que o seu adversário não só não ampliou – o que é previs

E o Amazonas tem uma razão adicional para comemorar. Foi o estado que assegurou a maior votação percentual ao presidente Lula tanto no primeiro quanto no segundo turno, nada menos que 78 e 87%, respectivamente.


 


Por tudo isso cresce, naturalmente, a expectativa dos amazonenses em relação ao 2o governo Lula. Essa expectativa se justifica pelos êxitos obtidos pelo o Amazonas no primeiro mandato e pelos desafios que precisa suplantar no momento, especialmente no que diz respeito à construção da TV digital.


 


A tranqüilidade com que as lideranças políticas que apóiam Lula no Amazonas encaram o problema decorre dos compromissos que o presidente sempre demonstrou em relação ao estado, seja nesta campanha ou ao longo de todo o seu primeiro mandato.


 


Os desafios para o novo mandato do presidente Lula são bem maiores do que essa polêmica. São de natureza política, social e econômica.


 


Do ponto de vista político o presidente precisa compreender que a população não lhe deu um cheque em branco. Não é indiferente aos escândalos de natureza moral e tampouco se sente plenamente realizada. Apenas não vislumbrou no adversário e no seu grupo político credenciais morais que lhes autorizasse a fazer essa pseudo cruzada moral. Ademais, não tem nenhuma saudade da gestão econômica e social dos tucanos e pefelistas.


 


Do ponto de vista econômico, a par de sucessos pontuais e tímidos, é preciso fazer com que o crescimento econômico seja uma realidade e a distribuição de renda uma constante na sociedade, sob pena de não superarmos o atraso econômico e social a que estamos submetidos há 500 anos.


 


Por isso o presidente precisa aproveitar esta 2a oportunidade para demonstrar que a esquerda, no caso representada por ele, pode governar melhor do que a direita, não apenas na área econômica e social (como já restou demonstrado), mas também no terreno da ética e da moral.


 


O recado está dado de maneira clara: o povo não tem saudades dos tucanos e pefelistas. Aprovou, no fundamental, o governo Lula e exige mudanças que aprofunde a democracia, o crescimento econômico, a promoção social e a probidade com a coisa publica.

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