Sociopatia & poder

As sociopatias – grosso modo: personalidade anti-social – atingem de 1% a 3% da população. Mas nos meios políticos pode chegar a 6%. São pessoas ávidas por poder e buscam-no, de qualquer jeito, em todos os lugares onde se

Onde há corrupção, que é uma doença social, ela é feita por quem porta transtornos de personalidade de inegável caráter anti-social, ou narcísico ou “boderlaine”.

 

Sociopatas não são doentes, portam personalidades bandidas que podem chegar ao banditismo, cuja única prevenção é “investir em educação, em atendimento à primeira infância, na aplicação das leis e em contenção”.

 

É um imperativo ético de quem possui mãos limpas lutar para conter e expurgar sociopatas dos espaços de poder: entregando-os à Justiça sem dó, pois sociopatas são “intratáveis, incuráveis e irreversíveis”. Não há ex-sociopata.

 

Em “Apear sociopatas do governo”, indaguei: “Que destino dar aos sociopatas? Meu avô Braulino dizia que a política atrai lunáticos como as formigas são atraídas pelo doce… Se há sociopatas no governo, temos de entregá-los à Justiça” (O TEMPO, 5/7/2005).

Quase um ano pós-explosão dos subterrâneos pútridos de um governo eleito para responder a anseios populares, nenhum aceno próprio para apear “nossos” sociopatas do poder. “Nossos”!

 

Também fiz com empenho, amor e esperança as quatro campanhas de Lula. Alguns foram apeados por outros mecanismos, jamais no bojo da decisão de limpeza ética. Na política, não cabe sororidade, apenas solidariedade.

 

Logo, vacilar diante de sociopatas é pura ingenuidade política e ignorância científica, pois é regra geral que sociopatas, mais dia, menos dia, põem a boca no trombone, basta que se sintam traídos.

 

Vide Roberto Jefferson e agora Silvio Pereira. Relembro que há três tipos de comportamento sociopata: o 1º é o grosseiro e despudorado; o 2º é o fraudador discreto; e o 3º é aquele que, ao se sentir traído na partilha, denuncia o esquema. O 1º e o 2º podem chegar ao 3º tipo, dependendo das circunstâncias.

 

É só esperar. Muitos sociopatas ainda vão falar. Caberá ao povo decidir se confia na palavra de bandidos.

 

Diante das candidaturas postas, Chico Buarque está com a razão: “É duro jogar na defesa (…) Hoje eu voto no Lula. Vou votar no Alckmin? Não vou. Acredito que, apesar de a economia estar atada como está, ainda há uma margem para investir no social que o Lula tem mais condições de atender. Vai ficar devendo, claro. Já está devendo. Precisa ser cobrado”. Concordo, mesmo sofrendo. 

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