Tá calor né?

O combate ao aquecimento global é essencial para combater ondas de calor extremas e proteger nosso planeta e sua biodiversidade. Ação urgente é necessária.

Termômetro na avenida Luiz Dumont Vilares marca 41ºC em São Paulo nesta quarta-feira (30) | Foto: Rubens Cavallari/Folhapress

A onda de calor que estamos enfrentando atualmente tem chamado a atenção de cientistas e especialistas em todo o mundo. Ela não pode ser atribuída a uma causa única, mas sim a uma série de fatores interligados, muitos dos quais estão relacionados ao aquecimento global. Neste texto, discutiremos os principais motivos por trás disso e sua relação com as mudanças climáticas.

O principal motor por trás do aquecimento global é o aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. A queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, libera dióxido de carbono (CO2) e outros gases que retêm o calor do sol na Terra, elevando as temperaturas médias globais. Este acúmulo de gases está causando um aumento contínuo nas temperaturas médias do planeta, criando condições propícias para ondas de calor mais frequentes e intensas.

Assim, o aquecimento global está alterando os padrões climáticos em todo o mundo. O aumento da temperatura da superfície do mar, por exemplo, influencia a formação de sistemas climáticos que podem causar períodos prolongados de calor intenso.

Consequentemente, temos o enfraquecimento das correntes de jato e as mudanças nos padrões de circulação atmosférica, que podem levar à formação de bloqueios atmosféricos, que prendem sistemas de alta pressão sobre uma região por um longo período, resultando em temperaturas elevadas. Junto com isso, temos os padrões de vento, o que podem afetar a circulação atmosférica e a distribuição de massas de ar quente, contribuindo para as ondas de calor.

Outro fator importante, o El Niño, que é influenciada pelo aquecimento global, pode aumentar a frequência e a intensidade de ondas de calor (de novo) em diversas partes do mundo, afetando a distribuição de chuvas e padrões climáticos, como vimos nas últimas semanas.

Outro ponto importante e que é um fator preocupante é o derretimento das calotas polares e o aumento da cobertura de gelo nos oceanos resistentes ao aumento das temperaturas globais, pois a superfície exposta absorve mais calor solar, e, junto com isso, temos também a absorção de grande parte do excesso de calor da atmosfera pelos oceanos, que também estão se aquecendo influenciando os sistemas climáticos e contribuindo, também, para as ondas de calor.

Ainda sobre este mesmo tema, não se pode esquecer dos feedbacks climáticos, como o derretimento do permafrost, que libera ainda mais gases de efeito estufa na atmosfera, amplificando (ainda mais) a temperatura, afetando variados ecossistemas, ameaçando a biodiversidade e causando eventos extremos climáticos, como incêndios florestais, que podem agravar as ondas de calor.

Por último, no caso das grandes metrópoles, temos a urbanização descontrolada e a expansão das cidades que criam ilhas de calor, onde as temperaturas são significativamente mais altas do que nas áreas rurais circundantes, além das consequências para a saúde humana, com aumento de casos de insolação e doenças relacionadas ao aumento da temperatura, colocando uma pressão adicional nos sistemas de saúde, em especial os públicos.

Em resumo, a onda de calor que estamos vivenciando está intrinsecamente ligada ao aquecimento global, que é causada principalmente pela atividade humana. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa e tomar medidas para mitigar as mudanças climáticas são cruciais para minimizar a frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos, como esses que estamos vivendo. É preciso ações imediatas, antes que seja tarde!

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