Todo apoio a Edvaldo Magalhães

Conheci o camarada Edvaldo Magalhães em importantes batalhas do Acre e do Brasil. Vivíamos a luta por melhores salários e para pagamento em dias do funcionalismo público no estado, cujos recursos eram permanentemente usurpados pelos governadores para apli

Posteriormente, ao conquistarmos as vitórias da Frente Popular como aliança política para gerir os rumos do Estado do Acre, o camarada assumiu papel destacado na luta contra a impunidade. Poucos tiveram a coragem de se expor diante de um braço armado e institucionalizado como o esquadrão da morte no Acre que ameaçava até o Tribunal de Justiça e a imprensa acreana. Sofremos como militantes as tensões, as ameaças e inseguranças de vida, as incertezas diárias da vitória nesta luta. Mas, vencemos.



No mesmo período outra frente de luta foi aberta. O Acre sangrou perdendo recursos públicos, em governos anteriores, na monta capaz de falir o Banco Estadual – Banacre. Também na luta contra a impunidade e improbidade administrativa o camarada atuou no comando, constituindo um processo parlamentar e identificando responsáveis.



Tantas outras lutas de magnitude igual poderiam ainda se descritas num momento como este para reavivar a história de luta desse militante que tornou-se um dos mais destacados dirigentes políticos do Acre, comandando a mudança de idéias na política e na gestão dos recursos, dando-lhes o caráter coletivo e destinando-os à sociedade.



Sua escola sempre foi o PCdoB. E por ser comunista aprendeu desde cedo a estar junto com os trabalhadores. Visitar comunidades rurais, subir barrancos dos rios para conversar e conhecer a realidade daqueles moradores, mergulhar nos igarapés e na cultura indígena, navegar por semanas em embarcações nos rios Tarauacá (do município de Tarauacá ao Jordão), nos rios Moa e Juruá (Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e demais municípios do vale do Juruá/Acre), são atividades permanentes na trajetória do camarada e que poucos têm a coragem e a ousadia de fazer. Por que é necessário abdicar do conforto do lar para ir se ater aos mosquitos da mata, a comer apenas pirão de farinha com pouco peixe ou pequena porção de carne de caça, na casa dos seringueiros e ribeirinhos, tomar a caiçuma com os índios. 



Por ser comunista atrai o ódio da velha elite que não consegue dirigir o olhar para a vida dos pobres, não consegue admitir que um político e um partido de tamanha importância dedique seu tempo à pior conseqüência da acumulação de riqueza que são os pobres da nossa cidade. E procuram, de toda a sorte, atingir o ideal socialista atacando os militantes mais destacados. Nesta ânsia, foram açodados e atingiram também a imagem da Assembléia Legislativa do Acre, Instituição que há tempos também fez a escolha do caminho pela ética e pela moralidade e ainda atingiram a imagem de outros quatro parlamentares: Juarez leitão, Luiz Calixto, Naluh Goveia e Perpétua de Sá.



Esquecem eles que a prática de vida de um homem é o seu tesouro. Edvaldo possui um bom tesouro, por isso recebeu diversas manifestações de apóio, das mais variadas regiões do país e o apóio incondicional do Comitê Estadual do PCdoB, que transcrevo abaixo para conhecimento. “(…) O mar da História é agitado. As ameaças e as guerras havemos de atravessá-las, rompê-las ao meio, cortando-as como uma quilha corta as ondas”. (Maiakovski)



Um testemunho de respeito


Senador Tião Viana



Conheço Edvaldo Magalhães de muitos anos e posso afirmar que ele é um acreano cuja história de vida recomenda respeito à sua dignidade pessoal e reconhecimento à sua postura ética na política. Também tenho certeza que este é o sentimento de todos os acreanos que o conhecem, desde seus conterrâneos de Cruzeiro do Sul e do Juruá até os muitos amigos, admiradores e eleitores que conquistou nos vales do Purus e do Acre.



O julgamento precipitado de notícias sobre a “Expedição Juruá Sempre” pode estar comprometendo a boa-fé e a boa intenção que foram os motivadores desta iniciativa pela integração regional. Pode também atingir a honra de pessoas decentes. Isso lembra o caso do ex-deputado federal Ibsen Pinheiro. Execrado pelo noticiário, ele foi cassado em 1990. Dez anos depois o próprio jornalista que iniciou as acusações revelou que tudo não passou de um engano. Ibsen era inocente, mas nada podia reparar a dor da sua família nem devolver os anos tomados da sua vida pública.



O deputado Edvaldo Magalhães está a mais de treze anos na Assembléia Legislativa, sempre com atuação eficiente e exemplar. Por oito anos foi líder do governador Jorge Viana e sua gestão na presidência da Casa valoriza a interlocução do Legislativo com a sociedade.



É positivo que instituições ou pessoas busquem esclarecimentos sobre qualquer atividade de um poder público. No caso da Assembléia, tenho certeza que o seu presidente é quem mais deseja esclarecer qualquer dúvida sobre qualquer assunto de interesse público.



O processo de fortalecimento da sociedade e das instituições que acontece no nosso Acre tem a efetiva contribuição do deputado Edvaldo Magalhães, que é digno e merece a nossa irrestrita solidariedade.
                                         


NOTA DE SOLIDARIEDADE



A Direção Estadual do PC do B vem a público se solidarizar com a Assembléia Legislativa, e em particular com os deputados Edvaldo Magalhães, Juarez Leitão, Luiz Calixto e as deputadas Naluh Golveia e Perpétua de Sá, membros que compunham a importante “Expedição Juruá Sempre”, no percurso dos Rios Juruá e Solimões, rota hidroviária entre a cidade de Cruzeiro do Sul-Acre e Manaus-Amazonas ante as notícias que foram veiculadas sobre a Expedição, destacando:



1-Conhecer a realidade das comunidades do Acre sempre foi atitude dos comunistas, bem como, das pessoas preocupadas com o desenvolvimento sustentável do Estado. É caminhando nos varadouros, navegando nos rios e igarapés, participando nas organizações de trabalhadores rurais e seringueiros, nos sindicatos urbanos, que conhecemos as dificuldades e alegrias do nosso povo.



2-A ALEAC tem buscado esse caminho. A “Expedição Juruá Sempre” cumpre mais uma etapa da aproximação do parlamento com a população acreana, trazendo para o domínio da nossa sociedade elementos da rota responsável pela construção e sobrevivência das cidades e comunidades ribeirinhas do vale do Juruá. Essa mudança de paradigmas começou com a iniciativa da Assembléia Aberta, que ouviu e acolheu as reivindicações das lideranças e representantes populares dos 22 municípios e as levou como subsídio para o Plano do Governo Estadual.



3- Por isso, nos é estranha a veiculação da informação com objetivo claro de atingir a imagem de uma instituição como a Assembléia Legislativa e os seus membros, considerando que a atividade foi anunciada com antecedência, a imprensa e a sociedade informadas pela internet. Deixamos claro que é direito da sociedade buscar informações sobre qualquer ação das instituições públicas e o Deputado Edvaldo Magalhães é um grande defensor desse direito e da transparência administrativa.



4- Nós comunistas, apoiamos nossa convicção nas raízes da história. A trajetória de luta e dedicação do nosso presidente à causa do Acre e sua luta contra a impunidade se somam às mudanças implementadas na ALEAC rumo ao debate ético e zelo com a coisa pública.  O tempo trará todas as informações que justificarão e farão compreender o alcance e a importância da iniciativa da Assembléia Legislativa e do seu Presidente.



À Assembléia Legislativa do Acre, aos Deputados e Deputadas da Expedição e ao combativo camarada Edvaldo Magalhães, nossa irrestrita e incondicional solidariedade.


O COMITÊ ESTADUAL DO PCdoB


 


Os textos a seguir foram copiados do Blog de Altino Machado


METENDO A COLHER DE PAU NO MUNGUNZÁ
Simão Pessoa


 


Eu devo ter sido um dos poucos cabocos da região a não ter assistido a “matéria” veiculada no jornal Nacional, da Rede Globo, sobre a “Expedição Juruá Sempre”, feita por parlamentares acreanos no início do mês. Mas como sei que tipo de jornalismo canalha a “Vênus platinada” pratica diariamente, faço uma idéia de como a “matéria” foi produzida e exibida.


 


Pra ser sincero, desde a edição vergonhosa que fizeram daquele debate Lula-Collor (alguém ainda lembra?) há quase 20 anos, as notícias veiculadas pela rede Globo entraram no meu index de coisas proibidas até o final dos tempos. Ainda prezo pela minha sanidade mental – e seria de bom alvitre que mais gente fizesse o mesmo.


 


Às vezes, entre um cigarro e outro, fico matutando sobre que tipo de pessoa assiste (ou, muito pior, costuma levar a sério) as baboseiras apresentadas por Cid Morengueira e Sergio Chapolin (ainda são os âncoras-palhaços do noticioso ou já foram pro formol?) durante o horário nobre. Saber que o JN ainda é o principal informativo do país para a maioria dos brasileiros costuma me deixar macambúzio e levemente deprê. Tenho muita pena de quem assiste aquela josta.


 


Aliás, se grande parte da população brasileira, incluindo a cabocada de nossa região, já tivesse assistido ao documentário “Muito além do Cidadão Kane”, de Simon Hartog, produzido em 1993 pelo canal 4 da BBC, eu nem precisaria fazer esse prolegômeno. Sim, o documentário discute o poder e a filhadaputice da rede Globo e teve sua exibição proibida no Brasil. Mas dá pra ser “baixado” na web. Cacem.


 


De qualquer forma, resolvi meter minha colher de pau no panelão de mungunzá dessa discussão bizantina e – por que não? – meio provinciana. A “Expedição Juruá” deveria servir de exemplo para os parlamentares amazônicos, que só costumam ver as comunidades ribeirinhas olhando de cima, a bordo de aeronaves (em época de eleição, evidentemente, a história é outra).


 


O relato comovente do jornalista Leonildo Rosas, por exemplo, deveria ser matéria obrigatória nas escolas públicas, nas discussões das academias, nas mesas de botecos, nos sindicatos e associações de moradores, além de ser replicado ad nauseaum em todos os blogs que estão discutindo seriamente a problemática amazônica.


 


Entre outros méritos, o relato/reportagem de Leonildo faz um contraponto perfeito à distorção midiática vinda do sul-maravilha, eivada de preconceitos contra os nativos. Sem dourar a pílula, o repórter mostra que o rei está nu, que as políticas públicas não chegam (e não vão chegar se não houver luta e gritaria) aos mais desassistidos, que ainda há muito pra ser feito para proteger a floresta e que o caboco amazônico é, acima de tudo, um “brabo”. Quem nem siri na lata. Sobrevive de teimoso.


 


Causa perplexidade perceber que no lugar de estarem discutindo seriamente o que fazer para incluir essas populações marginalizadas no desenvolvimento socioeconômico da região, alguns formadores de opinião acreanos estejam mais preocupados com picuinhas, como saber que tipo de bebida foi servida a bordo da embarcação e quem pagou pelo bolo de aniversário de um deputado. Isso não passa de cabotinismo estéril, hipocrisia travestida de “boas intenções”, vôos acrobáticos em uma piscina vazia.


 


O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), a quem não conheço pessoalmente, está de parabéns. Em pleno recesso parlamentar, ele reunir meia dúzia de parlamentares, colocar a tropa em um barco e enfrentar mais de 4 mil quilômetros de “estrada aquática”, convenhamos, é uma verdadeira façanha. Quantos políticos podem dizer que conhecem a Amazônia sem terem feito uma viagem assim?


 


Os bem intencionados (sim, o inferno está cheio deles) podem argumentar que “um médico não precisa pegar malária para conhecer os sintomas de doença” para justificar o fato de “que ninguém precisa fazer uma viagem dessas para descobrir o que todo mundo já sabe”. Claro, isso é argumentação meia-boca de iracundos (estão no quinto círculo do inferno de Dante). O fato é que a presença física de parlamentares nessas comunidades perdidas não só lhes aumenta a auto-estima como reacende a esperança de que dias melhores virão.


 


Plagiando Milton Nascimento, na canção “Nos bailes da vida”, “todo parlamentar tem de ir aonde o povo está”. E foi isso que os deputados acreanos fizeram. Criticá-los, quem há de? Eles fizeram o certo, estão combatendo o “bom combate”. Se o resultado prático da expedição ainda vai demorar a sair (políticas públicas não são construídas da noite pro dia), são outros quinhentos. O mais importante é que o deputado comunista colocou a pedra pra rolar. Não é pouca porcaria.


Simão Pessoa é jornalista e escritor amazonense, editor da revista Amazonia Viva. Clique aqui e leia o blog dele sobre arte e cultura.


MÍDIA NACIONAL COMEU MOSCA
Chico Bruno


 


Acompanhei a partida, nos primeiros dias de janeiro, e toda a viagem da “Expedição Juruá Sempre”, uma iniciativa da Assembléia Legislativa do Acre, nos blogs do jornalista Altino Machado e do presidente da Assembléia, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), autor da idéia.


 


Não conheço nenhum dos participantes, mas conheço o percurso que fizeram. Fí-lo nos anos 70 pautado pelos Diários Associados.


 


A pauta tinha por objetivo mostrar como sobreviviam os ribeirinhos e a importância da navegação pelos rios Solimões e Juruá, pois era por obra e graça dela, que as comunidades ribeirinhas eram abastecidas. Naqueles tempos a viagem durava quase um mês entre Manaus e Cruzeiro do Sul.


 


Ao tomar conhecimento da expedição, entendi que o objetivo era mostrar aos acreanos e brasileiros a importância da navegação fluvial na Amazônia.


 


O Juruá é um rio sinuoso, com curvas e mais curvas que exigem muita perícia do timoneiro das embarcações que por ali circulam.


 


Uma pena que a iniciativa do deputado Edvaldo Magalhães tenha ganhado visibilidade não pelos seus objetivos, mas por uma reles disputa política.


 


A expedição foi transparente, foi reportada, dentro das possibilidades, em muitos sites e blogs do Acre e da Amazônia.


 


Portanto era do conhecimento de jornalistas dos grandes centros, que costumam diariamente navegar por sites e blogs de todo país a cata de notícias locais.


 


Infelizmente, a mídia nacional se fixou em uma querela acreana entre um site e o presidente da Assembléia, que por essa razão, classificou a expedição como uma viagem de lazer patrocinada com recursos públicos.


 


Ao invés de aproveitar o que a expedição revelou de positivo, como o transporte de material escolar para o ano letivo de 2008 pelo Juruá e Solimões, a mídia apostou na informação distorcida de um site e acabou comendo mosca.


 


Ao se tornar notícia nacional por um viés torto, a “Expedição Juruá Sempre” mostrou que às vezes existem interesses escusos em algumas informações divulgadas pela imprensa.


 


A mídia nacional comeu mosca pela falta de cuidado em checar a informação contida no site acreano.


 


Aliás, desde que fecharam suas sucursais, acabaram com os correspondentes fixos nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste e passaram a adotar o telefone como instrumento de trabalho, os grandes jornais têm vez por outra cometido graves injustiças.


 


O que intriga é o mico pago pela Rede Globo, que tem uma afiliada no Acre e deveria ter mais cuidado com a notícia veiculada.


 


A iniciativa de percorrer os 4.375 quilômetros entre Cruzeiro do Sul, no Acre, e Manaus foi relevante. Deveria ser obrigação para qualquer autoridade que queira falar da realidade amazônica.


 


Sinto apenas, que o presidente da Assembléia Legislativa do Acre, deputado Edvaldo Magalhães, tenha perdido a oportunidade de convidar o ministro Roberto Mangabeira Unger para participar da expedição. Quem sabe assim ele falaria da Amazônia com conhecimento de causa.


 


A FOZ DO JURUÁ NO JORNAL NACIONAL
Edvaldo Magalhães


 
A confusão provocada pelas notícias imprecisas sobre a “Expedição Juruá Sempre” me faz refletir sobre como o Brasil desconhece o Brasil. A Amazônia, nem se fala.


 


Quando um dos mais prestigiados telejornais do país mostrou imagens de parlamentares acreanos mergulhando no rio, pensei como os brasileiros poderiam entender tudo diferente se o apresentador informasse que ali o Juruá deságua no Solimões, formando o caminho de águas que permitiu nosso povo ocupar a região mais oeste e, até hoje, mais isolada do país.


 


A abordagem que o Jornal Nacional foi levado a dar sobre a “Expedição Juruá Sempre”, acabou fazendo o que pode haver de mais lamentável no jornalismo: desinformar.


 


Um olhar sobre a realidade da Amazônia já espanta qualquer dúvida sobre os propósitos da expedição que varou noites navegando de Cruzeiro do Sul a Manaus em um barco que precisou até da ajuda de um “empurrador” (barco-motor que empurra outro com problema). Viajar pelos rios da Amazônia não é fácil. Por aqui não se passeia, ainda se desbrava.


 


Desde o início da navegação entre Manaus e Cruzeiro do Sul, há mais de cem anos, esta é a primeira iniciativa institucional que se lança no Juruá e no Solimões para avivar o debate de políticas públicas para essa hidrovia, principal responsável pela construção e sobrevivência das cidades e comunidades ribeirinhas no grande vale do Juruá.


 


A expedição teve propósito claro: buscar conhecimento prático, observar condições ambientais e levantar informações para defesa da revitalização e do fortalecimento deste eixo hidroviário como instrumento imprescindível para o desenvolvimento sustentável da região.


 


Não fomos ao Juruá em busca de uma nova espécie animal ou vegetal ainda não identificada pela ciência. Fomos aprender com a realidade dura dos que precisam percorrer os caminhos das águas para abastecer as nossas comunidades, para deslocar-se em busca de um socorro. Matando carapanãs, espantando piuns e mucuins.


 


Chamar atenção para os potenciais mal explorados e não explorados dos nossos rios, enquanto ainda há tempo de salvá-los, é causa justa. Esse foi o propósito da “Expedição Juruá Sempre” e continuará sendo motivação da Assembléia Legislativa do Acre.


 


Não se pode e nem se deve querer falar das coisas só por ouvir dizer. Fomos ver de perto para contar de certo. A expedição foi transparente. Anunciada antes, divulgada durante e depois. Todos puderam acompanhar via web. A distorção feita pode ser coisa comum da política.


 


Como agentes públicos, estamos permanentemente expostos e submetidos aos mais diversos questionamentos. Isso é bom. Faz parte da democracia que estamos construindo. Nosso dever é responder a todos. Com transparência e tranqüilidade.


 


Passado a fase do não propósito, trataremos do conteúdo correto.


 


A vida vai provar que cuidar dos rios e investir numa política hidrográfica fará bem ao Acre e aos que aqui moram. Mesmo os que estão esquecendo que somos filhos dos igarapés, netos dos rios e descendentes das chuvas.


 


MALDADE
Aníbal Diniz


 


Preferi não me manifestar antes para aguardar a repercussão da notícia no final de semana, mas quero externar aqui e agora minha mais irrestrita solidariedade ao amigo leal e companheiro de tantas batalhas, o camarada Edvaldo Magalhães, sem dúvida uma das lideranças mais importantes do PCdoB e da Frente Popular do Acre, que, por toda contribuição que tem dado para a melhoria da política e da sociedade em geral, não merecia o tratamento desrespeitoso que lhe deram no Jornal Nacional da última sexta-feira, com base em imagens de um simples momento de descontratação de um grupo que passou dez dias juntos no interior de uma embarcação.


 


Edvaldo convidou-me para fazer parte da expedição de Cruzeiro do Sul a Manaus através dos rios Juruá e Solimões. Confesso que fiquei com peso de consciência por não ter podido acompanhá-lo, devido às tarefas pendentes que tive que executar nos primeiros dias de 2008.


 


Não tenho a menor dúvida quanto a importância desta expedição, fazendo o ziguezagueado percurso de 4.300 quilômetros que tornam Manaus, capital do Amazonas, mais presente na vida das pessoas em Cruzeiro do Sul do que propriamente a nossa capital, Rio Branco.


 


Mesmo com o asfaltamento da BR-364, que, se Deus quiser, será concluído até 2010, Cruzeiro do Sul continuará dependente do transporte hidroviário pelos rios Juruá e Solimões, e nada mais legítimo que o presidente da Assembléia Legislativa do Estado, que é filho de Cruzeiro do Sul, promover uma expedição para ver de perto e colher informações sobre o longo percurso que produtos como o gás, o combustível, materiais de construção, gêneros alimentícios e tudo quanto se possa imaginar fazem para chegarem a preços tão altos ao Vale do Juruá.


 


E o interessante é que isso acontece há mais de cem anos, com inúmeros relatos, mas pouco sabemos a respeito.


 


Por isso, gostaria muito de ter participado desta expedição para colher pessoalmente minhas impressões. Ouvir pessoas, ver a realidade, tentar entender melhor a lógica mágica dos rios amazônicos por onde as cidades se formam e a vida acontece.


 


Infelizmente, a sociedade da informação na qual vivemos é apressada demais para dedicar tempo ao entendimento dessas coisas. E o mais lamentável ainda é saber que um colega da imprensa consegue trocar toda importância que a expedição representa pela possibilidade de ridicularizar um momento de descontração que o grupo decide viver no encontro das águas dos rios Juruá e Solimões, exatamente no sétimo dia de descida.


 


Se eu estivesse à bordo, não sei se teria tido coragem de pular no Solimões. Mas, se o fizesse, certamente não seria de paletó e gravata e nem de camisa de punho, como acertadamente refletiu o deputado Luiz Calixto. E também não me privaria de cantar parabéns para quem fizesse aniversário no percurso.


 


Ao companheiro Edvaldo, o meu abraço amigo e minha sincera intenção de estar com ele em outras expedições. Quem sabe não aproveitamos os dias de carnaval para uma nova edição daquele passeio à Serra do Moa que fizemos juntos em 2002!


 


No mais, o meu desejo para que continue firme, de cabeça erguida, que a experiência acumulada em tantas batalhas vencidas e a fé e os ensinamentos que ele cultiva desde os tempos de seminário lhe darão o suporte necessário para superar mais este momento desconfortável que alguém, por pura maldade, lhe causou.

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