Três desafios, três metas

Uma das diferenças entre a utopia e o projeto é a aparente magnitude da primeira e o acanhamento contido do segundo. Mas os instrumentos de medida são diferentes: a fita métrica da vastidão dos sonhos e a régua limitada da realidade.

Mas, deve-se admitir utopia e projeto são quase irmãos gêmeos quando a vontade esclarece o desejo.

Além das várias tarefas de que hoje se incumbe o movimento sindical aparece uma nova que é o estabelecimento de metas projetadas para os próximos dez anos que nos conduzirão ao segundo centenário da Independência em 2022.

Identifico três grandes desafios que configuram eixos de ação múltipla e, como metas-síntese, devem orientar os esforços estratégicos do movimento sindical em sua contribuição para o progresso do Brasil.

O primeiro desafio é a luta constante pela democracia e pelos direitos, em especial os direitos sindicais dos trabalhadores. A meta-síntese consistirá em dobrar, nos próximos dez anos, o índice de sindicalização dos trabalhadores, passando dos 15% em média atuais para 30%.

O segundo desafio é a luta constante pela melhoria salarial em todos os níveis. A meta-síntese, audaciosa mas compatível com a produtividade social, consistirá em aumentar a cada um dos dez anos um ponto percentual da proporção dos salários na renda nacional, passando de algo em torno de 45% hoje para 55% em 2022.

E o terceiro desafio é a luta constante para aumentar a qualificação da mão de obra brasileira e a eficiência do setor produtivo. A meta-síntese consistirá em passar da média atual de sete anos de escolaridade formal dos trabalhadores para doze anos, ganhando a cada ano um semestre de permanência na escola durante o decênio.

Três desafios e três metas-síntese que exigirão muito empenho e muita unidade de ação.

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