Um axé para Abdias Nascimento

No final de agosto, foi lançada a biografia do grande Abdias Nascimento, no Centro Cultural Justiça Federal, no Rio de Janeiro, como parte da coleção ‘Grandes vultos que honraram o Senado’.

Escrita pela viúva Elisa Larkin Nascimento, atual diretora do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros (Ipeafro), a obra traz, de forma documentada, todo o trabalho deste grande ativista da causa negra no Brasil, que nos deixou em 2011, aos 97 anos.

Poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, parlamentar e professor universitário, Nascimento sempre se empenhou no ensino da história e cultura de matriz africana, o que o levou a criar o Ipeafro, em 1981.

À frente de seu tempo, pôde presenciar a promulgação da lei 10.639, em 2003, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura dos afrodescendentes nas escolas, garantindo a formação de futuros cidadãos e profissionais conscientes da contribuição que os negros deram na formação do nosso país, nos âmbitos social, econômico e político.

Se estivesse vivo, Nascimento seria convidado de honra do fórum ‘São Paulo Diverso’, parceria público privada entre o governo municipal e grandes empresas, focado na empregabilidade e no desenvolvimento econômico da população negra da capital.

Um portal eletrônico do fórum, a ser lançado amanhã, divulgará as empresas que desenvolvem programas de ação afirmativa, estimulando a diversidade e a inclusão racial no seu quadro de funcionários.

A idéia é fazer uma distribuição justa de oportunidades àqueles profissionais que, mesmo qualificados, sempre enfrentaram obstáculos para conquistar bons postos no mercado de trabalho.

Ao promover ações no combate às desigualdades, a maior cidade e maior economia do país dá exemplo de cidadania. E, indiretamente, faz jus à memória de um paulista, natural de Franca, primeiro deputado federal negro e que, na década de 1930, já lutava contra a segregação racial em estabelecimentos comerciais da capital.

Axé, Abdias Nascimento!

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