Um balanço onde faltou a Amazônia
“Naquele balanço está faltando ela e a ausência dela está doendo em mim…”
Publicado 08/07/2008 21:49
O Comitê Central (CC) de nosso partido acaba de fazer o balanço inicial de nossa tática eleitoral para as eleições municipais de 2008, cuja essência era ousadia e consistia em disputar o maior número possível de prefeituras municipais.
Com base nesse pressuposto o CC definiu prioridades que levaram em conta a possibilidade, a viabilidade eleitoral e, em alguns casos, a necessidade estratégica da disputa.
Encerrado as convenções e as chapas majoritárias registradas temos um resultado inquestionavelmente positivo. Viabilizamos todas as prioridades iniciais e ampliamos nossa participação em praças importantes que não figuravam entre as prioridades como Belo Horizonte, São Luis e Florianópolis. Pela primeira vez na nossa história recente disputamos com viabilidade real um quantitativo de prefeituras de capitais equivalente àquelas disputadas pelos partidos com maior tradição eleitoral.
Analisando pelo critério de região a nossa participação mais expressiva é no sul, onde lideramos a chapa majoritária em todas as três capitais (Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba).
O fenômeno se repete no Sudeste. Das quatro capitais nós participamos da disputa majoritária em três delas, sendo Rio de Janeiro e Belo Horizonte como titulares e São Paulo como vice prefeito.
Nossa presença se reduz no Nordeste. Disputamos apenas duas (Aracaju e São Luis) das nove capitais existentes. Não figuramos com nenhum vice.
Quando saltamos para o Centro Oeste reduzimos ainda mais nossa presença. Nossa participação se restringe ao posto de vice em Campo Grande.
E quando chegamos ao Norte essa situação se agrava. Das sete capitais só figuramos na disputa majoritária principal em Porto Velho, onde lamentavelmente estamos totalmente isolados. Participamos ainda como vices em Belém, Macapá e repetimos o vice em Rio Branco, certamente o nosso maior posto nesta disputa.
Em Manaus, como se sabe, o Partido foi obrigado a retirar a candidatura da Deputada Federal Vanessa Grazziotin – segunda colocada nas pesquisas – para atender ao pleito do PSB nacional na tentativa de fortalecer a candidatura do atual Prefeito de Manaus, que figurava como o quarto colocado na intenção de voto.
Manaus é o 8º. aglomerado urbano do país, possui o 4º. PIB absoluto e o 3º. PIB per capita entre todas as 27 capitais. E se tudo isso fosse pouco é a capital atual da Amazônia. Não foi pouco o que deixamos pra trás.
Com base nesse balanço não há o que discutir de que não se levou em conta o caráter estratégico da Amazônia, o que revela uma limitação de análise de nosso CC. Alem de nenhuma capital da Amazônia figurar entre as prioridades, o Partido ainda cedeu Manaus – uma de suas principais praças nacionais – para atender ao pleito do PSB e facilitar composições nacionais. Fortalecer o partido na Amazônia deve ser um objetivo permanente que vai alem do aspecto meramente eleitoral.
Desse balanço, ademais, fica evidente um paradoxo. Estamos ausentes da disputa majoritária em capitais de Estados onde o Partido tem grande força política e orgânica, como é o caso de Fortaleza, Recife, Salvador e Manaus.
E Manaus realça ainda mais esse paradoxo na medida em que alem de ser uma capital estratégica da Amazônia, possui um partido relativamente estruturado, uma excelente candidata e uma militância motivada para a disputa.
Manaus queria e podia disputar, razão pela qual vai ficar por um bom tempo, talvez para sempre, a sensação de que naquele balanço está faltando ela e a ausência dela está doendo em mim…