Uma jornada para não se esquecer

O dia 10 de dezembro, uma quarta-feira, poderia ter sido um ponto de virada no enfrentamento e superação da crise pelos trabalhadores. A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (filiada à Força Sindical) e a Confederação Nacional dos Metalúrg

Participaram mais de 100 dirigentes de 35 sindicatos em cujas bases organizam-se os metalúrgicos do setor em todo o Brasil. Foi convidado e compareceu à abertura do seminário o representante da Fiesp, Nildo Mazzini. O Dieese fez a apresentação do quadro conjuntural do setor com a exposição de Airton dos Santos.


 


 


Foi unânime a constatação dos efeitos perversos da crise sobre o consumo e os trabalhadores, e a necessidade de resistir a ela, que será intensa, diferenciada, e curta, com medidas emergenciais e medidas de longo prazo. Resistir hoje quer dizer impedir as demissões e buscar, com essa resistência, organizar a partir da posição forte dos metalúrgicos, medidas governamentais favoráveis e a própria adesão do patronato que não se deixe intoxicar pelo alarido terrorista e não se aproveite da crise para agir contra os acordos, as conquistas e os direitos dos trabalhadores.


 


 


As direções organizarão, em curtíssimo prazo, uma mobilização de âmbito nacional em uma fabrica onde houve ou se anunciam demissões para revertê-las ou impedi-las e passar para a sociedade o sinal de resistência. Em Curitiba, o sindicato já não homologa demissões sem que as empresas prestem contas, já aplica a convenção 158 na prática.


 



Também no dia 10, ocorreram duas expressivas manifestações unitárias pela queda dos juros, em Brasília e em São Paulo na frente das sedes respectivas do Banco Central. As centrais reuniram-se em Brasília com o Ministro da Fazenda para discutirem a implementação já de alguns dos 18 pontos reivindicados unitariamente; houve avanços, por exemplo, na correção da tabela do imposto de renda e na ampliação de suas faixas e no aumento das parcelas do seguro-desemprego, que foram anunciadas. Também em Brasília, no Congresso, a Comissão de Ética da Câmara dos Deputados arquivou o processo contra o deputado Paulinho da Força.


 


 


Com disse, o dia 10 poderia ter sido, pela disposição de luta manifestada pelos trabalhadores, pelas negociações que avançaram e pelo senso de justiça dos deputados, um ponto de virada contra a crise. Mas, infelizmente, o Copom jogou água fria no braseiro ao manter os juros estratosféricos. O Copom e o BC estão de costas para a realidade e até agora surdos ao clamor unânime dos trabalhadores e de todos que querem enfrentar a crise com mais consumo, mais produção e mais emprego.
Como essa é a última nota do ano, desejo, contra a crise, um feliz e próspero Natal e um ano de 2009 cheio de lutas, de unidade e de vitórias.

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