Vileza

*

Eu não deveria ser patética
Tenho atributos suficientes para ser grande
E muitos até acham que sou!
(parecem não desconfiar da minha ridícula condição)
Eu não devia ser tão ínfima
Não sou mesquinha nem burra
Os mais perceptivos me admiram pela generosidade,
pela abnegação…
Sou nobre, embora de modos simples

Eu não devia ser tão pouco
De tanto que poderia ser

Mas ocorre que tenho defeito incorrigível
Que ultrapassa o medo, a fraqueza
e até a ignorância
Tenho defeito indigno de perdão a qualquer deus
e desprezado por anjos, demônios e poetas

Eu não devia ser tão vil
Mas padeço da pior de todas as desgraças:
pertenço à miserável raça humana!

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor