Vitória sem heróis

Uma vitória conquistada a muitas mãos. Do próprio presidente Lula, que agiu muito hábil e discretamente, do líder e dos vice-líderes do governo na Câmara e de ministros e parlamentares de diversas legendas

Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara

Depois de aprovada na Câmara dos Deputados por larga vantagem, a PEC da reforma tributária é recepcionada no Senado cercada da melhor expectativa.

Ainda que sofra alterações e regimentalmente tenha que retornar à Câmara para nova votação, em sua essência já é vitoriosa.

Circulam na mídia e nas redes sociais avaliações as mais diversas sobre quem perde e quem ganha.

Ainda que não seja a reforma tributária dos nossos sonhos — comentei isso em minha coluna no Portal Vermelho —, supera muitos entulhos e dá um passo à frente. 

Por isso é fato que se trata de uma vitória do governo, em contraste com os esforços frustrados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que tentou a todo custo derrotar a PEC apelando aos parlamentares que estiveram afinados com ele no último pleito presidencial para que votassem contra.

No próprio PL, partido do ex-presidente, nada menos do que 20 deputados votaram favoravelmente.

Na verdade, uma vitória conquistada a muitas mãos. Do próprio presidente Lula, que agiu muito hábil e discretamente, do líder e dos vice-líderes do governo na Câmara e de ministros e parlamentares de diversas legendas.

Verdade também é que o governo agiu, seja abrindo espaços políticos em escalões intermediários da gestão, seja liberando recursos concernentes a emendas parlamentares ao Orçamento Geral da União.

Numa correlação de forças em que quase quatro quintos da Câmara se situa ao centro, ao centro-direita e à extrema direita, não poderia ser diferente.

Este é o ponto de vista acertado na abordagem do assunto. Pela política. Fora disso é se perder em particularidades e filigranas.

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