Bolsonaro contra os trabalhadores
A proposta de uma carteira de trabalho verde e amarela é a concretização da falsidade do nacionalismo de araque do […]
Publicado 15/10/2018 08:19
A proposta de uma carteira de trabalho verde e amarela é a concretização da falsidade do nacionalismo de araque do ex-capitão de extrema-direita Jair Bolsonaro, que concorre à Presidência da República. A ideia enganosa tem o único objetivo de atender à ganância patronal sobre os direitos trabalhistas. Essa proposta infame, se fosse efetivada, criaria duas categorias de trabalhadores. A daqueles que têm a carteira profissional normal, a azul, que lhes garante os direitos que ainda restam na CLT. E, abaixo deles, os trabalhadores de segunda, sem direitos nem reconhecimento que, portadores daquela carteira discriminatória, ficarão à margem da lei e sujeitos às arbitrariedades patronais.
Bolsonaro tem repetido, faz tempo, sua disposição de eliminar os direitos dos trabalhadores. Ele diz que é preciso menos direitos para haver mais empregos. Foi o pretexto usado por ele, que era deputado federal, em 2012, para votar contra a lei que estendeu os direitos trabalhistas para as empregadas domésticas.
Argumento que tem repetido em praticamente todas as reuniões patronais de que participa. Em abril deste ano, para uma plateia de fazendeiros, em Ribeirão Preto, ele disse que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a trava que impede a criação de empregos e que, por isso, vai aprofundar a contrarreforma trabalhista do ilegítimo Michel Temer e aumentar as maldades contra os trabalhadores. “O trabalhador tem que decidir: ou menos direitos e mais empregos, ou todos direitos e menos emprego” – palavras que soam como música nos ouvidos dos patrões mais reacionários e sovinas.
Repetiu essa frase na entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em julho. Tornou a pronunciá-la num auditório de empresários no Espírito Santo, em agosto, onde também vociferou contra os sindicatos.
Ele quer, por exemplo, eliminar o 13º, uma conquista dos trabalhadores que já tem mais de meio século – foi sancionada pelo presidente João Goulart em 13 de julho de 1962, contra forte resistência patronal.
Bolsonaro pretende repetir, no Brasil, a façanha principal do fascismo na Alemanha sob Hitler, na Itália de Mussolini, no Brasil dos generais de 1964, no Chile de Augusto Pinochet, e em tantos outros lugares onde este sistema feroz e repressivo predominou – derrotar a luta operária e subordinar os trabalhadores às imposições do grande capital, cortando direitos, arrochando salários, impedindo a ação sindical em defesa dos direitos.
As idéias de Bolsonaro são terríveis para os trabalhadores e para a economia brasileira. Se prevalecerem, vão aumentar o desemprego, arrochar salários, criando ainda maiores dificuldades para as empresas brasileiras, que verão o mercado interno diminuir ainda mais devido ao empobrecimento da população.
Contra estas ideias estapafúrdias e discriminatórias, as centrais sindicais Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Geral de Trabalhadores (NCST), Intersindical e os trabalhadores uniram forças em torno da candidatura de Fernando Haddad (PT) e Manuela d’Ávila (PCdoB), que têm o compromisso de adotar a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, lançada em junho de 2018 com propostas para o Brasil sair da crise e voltar a crescer com valorização do trabalho e geração de emprego e renda. São dois projetos opostos, diz Adilson Araujo, presidente da CTB. O projeto de Bolsonaro quer continuar, manter e piorar “as maldades de Temer contra o trabalhador”, com menos direitos, benefícios e salários. Contra ele, o candidato Fernando Haddad quer eliminar as mudanças impostas por Temer.
“Nossa pauta precisa ser ampla, com prioridades para o emprego, os direitos e a organização da classe trabalhadora”, diz João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical. E Vagner Freitas, presidente da CUT, fez uma conclamação para derrotar a extrema-direita no próximo dia 28. “Vamos ganhar voto por voto e eleger Fernando Haddad presidente para que a classe trabalhadora não seja ainda mais perseguida do que já foi com Temer.”