Crime volta atacar SP: herança da gestão de Alckmin

Na madrugada dessa quarta-feira (dia 12), a “indústria” do crime voltou atacar de modo concentrado em São Paulo. Os números computados, entre a noite de terça-feira (11) e a madrugada desta quarta, indicam  quase 40 ataques criminosos, que deixaram quatro mortos: um policial, a irmã dele e dois vigilantes particulares. Os atentados atingiram bases da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana, além de delegacias, agências bancárias, lojas de automóveis e supermercados. Além da capital, os criminosos atacaram no litoral e na Grande São Paulo. Vários ônibus foram incendiados.

Desde a terrível onda de ataques de meados de maio, essa foi a maior investida do crime. A isso se soma o assassinato de agentes penitenciários e de membros de suas famílias: só do final de junho para cá, quase dez pessoas já foram, covardemente, eliminadas.

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), numa crítica direta ao seu antecessor, Geraldo Alckmin, disse que esses novos ataques é uma reação do crime contra as ações de seu governo que visam retomar ao Estado o controle dos presídios paulistas. Lembo afirmou que o PCC (Primeiro Comando da Capital) “não domina mais” os presídios. Segundo ele, as ordens das ações criminosas partiam de dentro das cadeias uma vez que “houve um período nos presídios em que não havia disciplina” e quem dominava eram os presos.

Enquanto isso, Geraldo Alckmin, perambula pela Europa em busca de uma auréola de estadista.  Antes de sua partida, inquirido sobre a onda de violência no Estado que foi governado por ele por cinco anos, voltou a se eximir de qualquer responsabilidade e uma vez mais ainda ousou ostentar feitos de sua gestão. Segundo Alckmin enquanto governou o índice de fuga dos presídios não passou de 0,13.

Quanto ao número de mais de 50 funcionários do Estado mortos pelo crime, nos últimos meses, o candidato do PSDB não disse palavra. Quanto aos presídios lotados até às tampas e sob o controle de facções criminosas, também, Alckmin nada diz. Quanto ao fato de São Paulo, maior metrópole da América do Sul, ser vítima de atentados contínuos do crime desde maio último, o candidato tucano fecha o bico.

O governador Cláudio Lembo a quem Alckmin procura descarregar o resultado de sua política de segurança tão truculenta quanto ineficiente, parece não estar disposto a assumir esse ônus. Dessa maneira, escancaram-se aos eleitores duas questões importantes do tucano que pretende governar o Brasil. Primeiro: São Paulo acuado pelo crime é a amostra de que tipo de “segurança”, Alckmin pode oferecer aos brasileiros. Segundo: o candidato tucano não tem altivez para assumir a responsabilidade do desastre da gestão de que tanto se gaba.