Dilma

Pela sexta vez desde a democratização, o Brasil vai às urnas eleger o presidente da República. Malgrado a persistência de […]

Pela sexta vez desde a democratização, o Brasil vai às urnas eleger o presidente da República. Malgrado a persistência de instituições ainda frágeis, a manipulação das informações por uma mídia cada vez mais comprometida com as forças reacionárias, a exuberante influência do poder econômico, a caducidade da legislação eleitoral e o forte poder das classes dominantes retrógradas – fatores que atuam contra a consolidação e o aprofundamento da democracia – a realização do pleito presidencial, conjugado com a eleição para governadores, senadores, deputados federais e estaduais, é uma importante vitória do povo brasileiro.

Ultrapassando os mais difíceis obstáculos, superando ínvias encruzilhadas, trilhando escarpados caminhos, vai o nosso povo avançando passo a passo, vivendo sua experiência política, elevando sua consciência, adquirindo capacidade de análise, mostrando discernimento e, mais importante do que tudo, pronunciando-se, ferindo suas lutas, provando-se nos combates e batalhas da vida democrática, votando.

A escolha de hoje reveste-se de significado histórico. Está em causa se o Brasil continuará abrindo caminhos para a sua construção como nação progressista e independente, para a superação de chagas e perversões sociais provenientes de um odioso sistema capitalista dependente, concentrador de renda, riqueza e meios de produção, ou se aceitará o retrocesso tornando-se novamente presa das engrenagens políticas hegemonizadas pelos representantes nativos do imperialismo, a burguesia monopolista-financeira, os grandes latifundiários e os proprietários dos veículos de comunicação conservadores.

Muito embora a realidade política não possa ser lida e interpretada cartesianamente, é cristalina a disposição dos campos em que se divide a sociedade e sua expressão na batalha eleitoral. Diversionismos à parte, é entre o Brasil democrático, popular, independente, progressista,por um lado, e, por outro, o neoliberal, conservador, submisso ao imperialismo, que se trava a contenda eleitoral deste 3 de outubro.

No primeiro campo estão as forças democráticas, populares, progressistas, de esquerda, entre estas os comunistas, alinhadas com a candidatura de Dilma Rousseff. No outro, os partidos neoconservadores e neoliberais, nucleados na candidatura de José Serra.

O Vermelho sempre teve a mais arraigada convicção de que o Brasil precisa continuar mudando. País com imensas potencialidades, com povo laborioso e capaz, tem o direito de se desenvolver como nação progressista e justa, desempenhar um novo papel no mundo, solidário, defensor da paz, oponente da ordem injusta hegemonizada pelo imperialismo.

É também nossa convicção que o caminho nessa direção começou a ser aberto durante os dois mandatos do presidente Lula. Em todos os setores e de todos os ângulos que se examine, hoje o Brasil é outro. Ainda que estejam ao alcance da vista os paradoxos, as contradições e as lacunas, como em todo processo de transformação política e social, o vetor principal do curso político é positivo e ascendente e o país vive o ciclo mais virtuoso de sua história.

Por isso, o Vermelho sempre apoiou com entusiasmo a obra que está a ser construída pelo presidente Lula. E sente-se comprometido, manejando os instrumentos ao seu alcance – a informação e a análise – com os esforços para levar esse processo adiante.

Coerente com essas convicções, próprias da corrente política e ideológica a que pertence, o Vermelho é Dilma neste 3 de outubro, como tem sido Dilma desde a sua indicação como candidata pelo presidente Lula e sua consagração pelos partidos que a apóiam – uma ampla coalizão em que sobressai a esquerda, formada pelo PT, o PSB, o PDT e o PCdoB.

Dilma Rousseff credenciou-se a ser presidente deste grande país pelas qualidades que desenvolveu ao longo da sua vida de militante, acadêmica, autoridade do poder municipal e estadual e, mais recentemente, pelo extraordinário papel que desempenhou à frente da gestão do governo Lula. Mostrou-se preparada para assumir a Presidência da República, pelas suas ideias, convicções, compromissos e, como ficou o patente na campanha, por sua capacidade de ouvir o povo, dialogar com ele e exercer liderança política.

Não há opção mais clara nem mais justa na atual etapa de desenvolvimento da luta política e social do país: Dilma, para o Brasil seguir mudando, para que se adensem os fatores propícios às transformações estruturais na sociedade brasileira, para que evolua a acumulação de forças, a fim de construir um país livre do sistema  político, econômico e social das classes dominantes reacionárias e do imperialismo.