Líder israelense cria instabilidade e insegurança no mundo

Quando proclamou a chamada guerra ao terrorismo, o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que governou de 2001 a […]

Quando proclamou a chamada guerra ao terrorismo, o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que governou de 2001 a 2008, no que foi o período mais tenebroso da política externa e bélica dos Estados Unidos, cunhou a expressão “estados bandidos” para caracterizar os países que considerava terroristas e deviam ser atacados.

O tempo passa e se encarrega de demonstrar quem são os Estados que aterrorizam a humanidade. 

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se declarou pronto para lançar um ataque contra instalações nucleares iranianas. As afirmações foram feitas durante entrevista a um canal de TV israelense na última segunda-feira, 5 de novembro. Ameaçador, disse em irretocável hebraico: "Estamos prontos, se necessário, para apertar o botão" e iniciar um ataque contra instalações nucleares do Irã, bradou o dirigente do governo sionista.

Pouco antes, foi divulgado um documentário, também pela TV israelense, informando que em 2010 o governo de Israel preparou um ataque contra o Irã, que só não se consumou devido a divergências internas na alta cúpula do regime sionista. No establishment israelense há divergências quanto ao momento de atacar o país persa e em alguns setores impera um medo pânico, pois aquilatam quão devastadora poderia ser para Israel a reação do Irã, que além de ter forças armadas altamente capacitadas para enfrentar qualquer ataque, está em condições de mobilizar o povo para defender o país.

Na mesma entrevista, o primeiro-ministro israelense fez outras provocações e demonstrações de força. Ele se jactou de contar com o apoio dos Estados Unidos, cujo presidente Barack Obama, após as advertências israelenses, reconheceu formalmente o que ele chama de “direito de autodefesa”. Segundo Netanyahu, também o presidente francês, François Hollande, que visitou Israel na semana passada, pagou-lhe o tributo deste reconhecimento.

O primeiro-ministro sionista invoca esses apoios para simular respaldo internacional. Mas, que novidade há na explicitação de apoio do imperialismo norte-americano a Israel se ambos são irmãos siameses na prática de crimes de lesa-humanidade? Quanto ao reconhecimento da França ao chamado direito de autodefesa de Israel, é algo que enxovalha as tradições democráticas, revolucionárias e socialistas de muitas gerações que lutaram desde a Revolução de mais de dois séculos atrás pela existência de uma França internacionalista e solidária com os povos. É igualmente mais uma revelação do caráter traiçoeiro da social-democracia no poder.

Porém, é ledo engano pensar que isto tira do isolamento internacional um país que já foi condenado na ONU porque a comunidade internacional viu no sionismo uma hedionda prática de racismo.

Israel não sairá do isolamento internacional porque a humanidade repudia os crimes que têm lugar cotidianamente nos territórios usurpados aos palestinos, submetidos a brutal limpeza étnica que equivale a um genocídio.

O tema palestino também foi alvo de provocações e ameaças por parte do primeiro-ministro israelense.

Neste mesmo dia, Netanyahu declarou que convocou o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, a reiniciar incondicionalmente as negociações de paz, estancadas desde 2010. “Espero que não empreendam ações unilaterais na ONU porque isto só serviria para fazer retroceder a paz e produzirá uma instabilidade desnecessária”, disse o primeiro-ministro sionista.

Mesmo quando fala em negociações de paz, o primeiro-ministro da entidade sionista revela seu cacoete belicista. Na verdade, ele está ameaçando os palestinos de retaliação se estes continuarem a luta legítima na ONU pelo reconhecimento do seu Estado nacional, que Netanyahu considera “ação unilateral”.

Do outro lado, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, no exercício da sua soberania, ignorou as ameaças do governante sionista e confirmou na última segunda-feira, 5 de novembro, que prosseguirá seus esforços para elevar ao grau de país não membro o seu estatuto na ONU.

Os palestinos sabem que contam com o voto favorável da imensa maioria dos países membros, o que assegura o êxito de sua iniciativa, que será apresentada à Assembleia Geral no final deste mês. Os palestinos têm reafirmado que as conversações diretas com os israelenses devem esperar pela decisão da ONU e pressupõem a suspensão da construção de colônias nos territórios ocupados, pois estas são verdadeiros enclaves paramilitares.

A causa palestina é justa e conta com o apoio da maioria dos membros da ONU. Só não vingou ainda porque os Estados Unidos exercem o seu poder de veto devido à umbilical ligação deste imperialismo com o sionismo israelense.

As revelações do canal televisivo sobre a decisão de atacar o Irã em 2010 e as afirmações do primeiro-ministro sionista indicam mais uma vez que o Estado israelense constitui uma ameaça à paz e a segurança não só do Oriente Médio, mas de todo o mundo.

Ao denunciar esse fator de insegurança no mundo, o Vermelho se associa às centenas de entidades brasileiras e mundiais que estão organizando o Fórum Social Mundial de Solidariedade ao Povo Palestino que se reunirá de 29 de novembro a 1º de dezembro na cidade de Porto Alegre.