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Foram 110 dias de linchamento público contra o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros. Acusado e julgado pela mídia por supostas irregularidades e por denúncias de improbidade, nesses quase quatro meses de intensa luta política nenhuma prova que seja foi apresentada para definir a sentença de culpado contra Renan.



O expediente da presunção da culpa, já utilizado em outros episódios recentes da política nacional pela mídia e pelos setores da oposição, consiste em impor ao acusado o ônus de provar sua inocência, quando a Constituição da República é contundente ao dizer que cabe ao acusador o ônus de provar a culpa.



O Senado Federal ao arquivar o processo de cassação do mandato de Renan Calheiros cumpriu seu papel de resguardar os princípios constitucionais e desferiu mais um golpe certeiro aos julgamentos midiáticos.



Inconformados com o resultado, a mídia agora lança seu petardo contra o próprio Senado Federal, acusando-o de sair enfraquecido e desmoralizado desse processo. Não se respeitam autoridades, instituições e nada que se posicione de maneira diferente do que ditam as manchetes do noticiário.



A cruzada política contra o governo federal e seus aliados não cessará. Restam ainda dois processos contra o presidente do Senado para serem apreciados pelo Conselho de Ética daquela Casa. E, mesmo que tenha mostrado força política, Renan Calheiros sofrerá fortes pressões para renunciar à presidência do Senado, sob o argumento de que não lhe resta autoridade política para conduzir os trabalhos da Casa.



Os próximos dias serão determinantes para mostrar se Renan terá autoridade política para conduzir o Senado. Inúmeros projetos importantes aguardam votação pelo plenário. A oposição fará de tudo para obstruir os trabalhos. Ai, não só a força de Renan, mas a postura política dos partidos que compõem a base aliada serão chaves para deslindar o processo político em curso. A propósito, vale relembrar a afirmação do Senador Renato Casagrande (PSB/ES), um dos relatores do processo que pediu a cassação de Renan Calheiros, “A crise continuará acampada no Senado”.