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Annalisa Cima:  A Cherubino

*

1.



Amante amado amando-te
tenho lágrimas nos olhos
e sal no meu palato
mas não há hiato entre nós
    que somos
calor calado no viver deixando
e quando te olho
   vejo que és o sol
e cor que muda convidando à perda
no sulco que da ânsia se propaga.


 


 


2.


 



Lançadas as últimas flores
achamo-lo branco
este campo de germinações.
Há sempre estações de pranto
e estações em que o canto dos dias
muda o passado congelado.
E percorrer então os caminhos de musgo
unidos nos vapores-sudários
sabendo colher o sentido
de um dia perdido.


 


 


Tradução Ivo Barroso



Annalisa Cima
Hipóteses de Amor
Ateliê Editorial – edição 2002