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Lucia Ana: Uma vida, que é uma demonstração de amor

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Brasília me deu muitos presentes. O maior deles? Os amigos.
                    E hoje, quero falar de um deles. Alguém que de tão especial, tornou-se uma presença constante em minha vida.
                    Em Mil novencentos e noventa e um, há exatos dezessete anos, quando comecei a trabalhar com o deputado Aldo Rebelo, conheci Virgínia Barbachan, que trabalhava com o então deputado Renan Calheiros e logo depois com o deputado Olavo, também Calheiros. Pela amizade de nossos chefes, fomos nos falando e nos aproximando cada vez mais  – tornamo-nos grandes-amigas-fraternas. Daquelas que sabem a hora de fazer festa e também a hora de silenciar.
                  E hoje, depois de, mais de uma década e meia de uma convivência harmoniosa e sempre cheia de afeto, me pergunto. O que posso falar para homenagear minha amiga, no seu aniversário de cinquenta anos? Nada mais que a verdade. Esta verdade que vestiu a nossa trajetória de beleza, pela simplicidade de seus gestos.
                  A bela Virgínia, elegante, batalhadora, desabrochando juventude, cheia de sonhos… era início da década de noventa e Virgínia iluminou o nono andar do Anexo IV, da Câmara dos Deputados, com sua beleza e simpatia. Ela também, deixou que seu jeito suave de conquistar, invadisse nosso ambiente de trabalho. Era a marca de bravura dos gaúchos que ela conseguia impor, e com sua espontaneidade inata, permitiu que os seus traços carinhosos por ali se espalhassem, transformando o nosso local de trabalho num espaço prazeroso onde os amigos tornam-se grandes.
                  A vida fica sempre mais bonita, quando se olha pra ela com um olhar de amor. Virgínia, encontrou o seu companheiro Dário Mioto. E pensar que tudo tem um sentido e um momento certo para acontecer. O casamento, uma camaradagem preciosa. Laços que se fortaleceram pelo amor. União capaz de ultrapassar barreiras. Um apoio para suportar ventos e tempestades. Nem sempre a vida é só de alegrias… passamos nossos momentos de provação. Perdemos pessoas queridas e a vida continua. Renascemos dos nossos próprios sofrimentos. E assim foi a vida desta amiga querida, igual a de todos nós. Mas os anos passam e com eles as nossas dores se vão…
                  As estações do tempo são contínuas… e de repente chega a primavera e desabrocha a flor que vai iluminar a sua vida inteira. Manuela, uma criança  que nasceu envolvida pelo encantamento. Uma estrela, um ponto de luz que faltava para iluminar a sua nova caminhada.
                 Quando tudo parecia sossegado. Eis que nossa amiga nos surpreende, pela ousadia e pela coragem de sempre se superar derramando amor. Acolhe Matheus e sua vida ganha um brilho maior.
                 Poder acompanhar alguém construir uma vida, com as cores da felicidade é uma sensação de conforto. É uma alegria que faz brotar em mim um sorriso de certeza. Pela escolha do caminho, pelo cuidado com o sentimento e principalmente pela luminosidade que me faz perceber que um amigo é um presente de Deus. É aquele que tem  a tarefa de te acolher nos dias mais confusos e te abraçar quando tudo parece perdido. O amigo é aquele que te dá colo nas horas da agonia e se contenta com um sorriso na época da bonança.
                Virgínia, tem uma família linda. Uma família maior do que sua delicadeza. Seu pai, que ela chama carinhosamente de “Alzira”, nosso querido Barbachan, seus irmãos, seus filhos, sobrinhos, primos, amigos… E a capacidade de abrigar cada um dentro deste coração de uma generosidade sem limites.
                E eu fico me perguntando. O que faz uma mulher tão bela, tão inteligente, que ainda tem a mocidade espelhada no rosto se entregar na sua totalidade a um projeto de vida, que é a felicidade do outro?
                O amor. O amor, onde existe um campo sempre fértil para plantar sementes, com a segurança de que não tardará o dia da floração.
                Cinco décadas, Virgínia, e a certeza de vê-la amadurecer sem medo. Mesmo quando a saúde, fraqueja, ainda é o teu sorriso que abre a porta com o perfume de boas-vindas.
                Cinco décadas, Vírgínia, e a tua mesa sempre farta, onde o amor possibilita  alimentar a alma com o sabor da felicidade.
                Cinco décadas, Virgínia, e a magia de abraçar os sonhos com a valentia de quem conquista o mundo com batalhas musicadas pela esperança.
                Cinco décadas, Virgínia, e a poesia que brota nos momentos em que o silêncio escuta os gritos da saudade  e amacia a respiração do corpo com a manta da serenidade.
                Cinco décadas, Virgínia, e essa gratidão que tuas mãos são capazes de multiplicar como um milagre da vida.
                Diante desta mulher, que faz da sua vida uma demonstração de amor. Quero agradecer a Brasília, esta cidade iluminada, que me brindou com uma amizade, além do meu merecimento.
                Obrigada Brasília. E parabéns por ter abrigado sob teu céu de luz, esta gaúcha que pelos seus atos tornou-se uma brasiliense à altura dos grandes nomes que fazem a tua história.