Getúlio Vargas chegou ao poder em 1930 e ajudou a tornar o samba um dos estilos musicais mais populares do País
Publicado 28/02/2025 10:30 | Editado 01/03/2025 11:32
Em busca de se contrapor à República Velha, dar popularidade ao seu governo e buscar uma identidade nacional, Getúlio Vargas chegou ao poder em 1930 para tornar o samba um dos estilos musicais mais populares do país.
De marginalizado no final do século 19 e início do século 20, o samba passou a ocupar espaços nas rádios e ser gravado pela indústria fonográfica.
Vargas usou a publicidade do governo para impulsionar essa ideia:
Em 1935, ele fez um pacto que mudou a realidade do desfile do Carnaval no Rio de Janeiro. Por exemplo, as escolas de samba, que já desfilavam desde 1929, teriam recursos públicos caso retratassem nos seus enredos os temas nacionais.
“Uma das consequências do apoio às escolas foi a solicitação do poder público para que elas ‘colaborassem’ com a propaganda patriótica oficial. Eram tempos agitados de populismo nascente, sindicalismo atrelado ao Estado e ‘pedagogia das massas’. Assim, nada mais natural que as escolas, em busca de legitimidade e aceitação oficial, embarcassem no espírito ufanista que sustentou o discurso do Estado Novo getulista, de 1937 a 1945”, conta os jornalistas Fabio Ponso e Nivaldo Esperança em artigo publicado, em 2017, no O Globo.
De acordo com o Correio da Manhã, seis anos após o Estado Novo, no dia 31 de janeiro de 1951, quando tomava posse após eleito pelo voto popular em 1950, Vargas era recebido no Palácio Tiradentes por uma multidão que cantava a marcha Retrato do Velho.
Composta por Haroldo Lobo e Marino Pinto, a marcha fazia alusão a promessa do presidente eleito do retorno do seu retrato nas repartições públicas caso ele vencesse o pleito. A música foi interpretada por Francisco Alves.
Bota o retrato do velho outra vez/ Bota no mesmo lugar/ Bota o retrato do velho outra vez/ Bota no mesmo lugar/ O sorriso do velhinho faz a gente trabalhar/ O sorriso do velhinho faz a gente trabalhar/ Eu já botei o meu/ E tu, não vais botar?/ Já enfeitei o meu/ E tu, vais enfeitar?/ O sorriso do velhinho faz a gente se animar/ O sorriso do velhinho faz a gente se animar.
Dizem os historiadores que Vargas não gostou de ser chamado de velhinho.
A política, o samba e o Carnaval também marcariam a história de Vargas dois anos após o suicídio no dia 24 de agosto de 1954, fato trágico que adiou o golpe militar que o ameaça. Em 1956, ele foi homenageado pela Estação Primeira de Mangueira com o enredo Exaltação a Getúlio Vargas – Emancipação Nacional Brasil. Composição de Padeirinho da Mangueira, o samba foi gravado por Leci Brandão, atual deputada estadual pelo PCdoB de São Paulo.
Naquele ano, a Império Serrano venceu o campeonato com o enredo Caçador de Esmeraldas, seguida da Portela, com o enredo Gigante pela Própria Natureza, e a Mangueira na terceira posição.
Trata-se de um momento marcante de mais uma manifestação popular em homenagem a quem tem profunda relação com a história e a cultura do país.
Exaltação a Getúlio Vargas – Emancipação Nacional Brasil
No ano de 1883
No dia 19 de Abril
Nascia Getúlio Dorneles Vargas
Que mais tarde seria o governo do nosso Brasil
Ele foi eleito deputado
Para defender as causas do nosso país
E na revolução de 30 ele aqui chegava
Como substituto de Washington Luiz
E do ano de 1930 pra cá
Foi ele o presidente mais popular
Sempre em contato com o povo
Construindo um Brasil novo
Trabalhando sem cessar
Como prova Volta Redonda, a Cidade do Aço
Existe a grande Siderúrgica Nacional
Que tem o seu nome elevado no grande espaço
Na sua evolução industrial
Candeia a cidade petroleira
Trabalha para o processo fabril
Orgulho da indústria brasileira
Na história do petróleo do Brasil
Ô Ô Ô Ô
Salve o estadista, idealista e realizador
Getúlio Vargas
O grande presidente de valor