Se, na economia, o Brasil é o gigante da América do Sul, no terreno da busca da Verdade, da Justiça e da Memória, a Argentina é a referência principal com uma história de busca da verdade, construção da justiça e reconstrução da memória.
O secretário de Direitos Humanos da Argentina, Eduardo Luis Duhalde, conhecido por sua atuação em defesa das vítimas da repressão naquele país durante e depois o período ditatorial (1976-1983), morreu nesta terça-feira (03) aos 72 anos em Buenos Aires.
Hoje, completam-se 30 anos do conflito no Atlântico Sul. A Argentina toda homenageia com dor a memória dos caídos no enfrentamento e a usurpação sofrida já há 180 anos por parte de uma potência colonial extrarregional. A presença dessa potência não só fere a integridade territorial argentina, mas também a identidade da América Latina.
Por Luis María Krecler*, na Folha de S. Paulo
As Malvinas são argentinas. Ao menos para um grupo, formado principalmente por veteranos de guerra, que cruza o país tentando chamar a atenção da população para sua causa. No dia 15 de março, 26 pessoas partiram de La Quiaca – uma pequena cidade ao norte da Província de Jujuy, que faz fronteira com a Bolívia-.
Em declaração à imprensa argentina, neste sábado (31), a deputada nacional Mara Brawer, frisou as várias manifestações de luta pela soberania sobre as Ilhas Malvinas e destacou que esta é a contribuição que a Argentina faz ao mundo para pôr fim ao colonialismo.
Um grupo de 24 ex-membros da ditadura argentina começará a ser julgado nesta quarta-feira (28) em Neuquén, acusados de delitos de lesa-humanidade cometidos em uma prisão ilegal dessa província do sul do país.
Nesta quarta-feira (28), 33 comunidades indígenas argentinas vão a Buenos Aires para participar de audiência convocada pela Corte Suprema de Justiça (CSJ). A intenção é denunciar o desrespeito aos seus direitos de participação e consulta no contexto das atividades mineiras praticadas em seus territórios tradicionais, hoje localizados nas províncias de Salta e Jujuy. Após a audiência pública, os indígenas participarão de coletiva de imprensa no Hotel Bauen (Callao, 360).
Para Estela Carlotto – avó da Praça de Maio -, militares brasileiros querem fazer o mesmo que seus colegas argentinos fizeram com Raúl Alfonsín, quando lhe impuseram a Obediência Devida. "Dilma vai saber resolver isto, ela não permitirá que se oculte a história, ela conhece a historia, ela é valente. Eu acho que no final os militares não vão poder se impor, digo isso a partir da experiência vivida nos países latino-americanos", disse em estada no Brasil.
Por Dario Pignotti, em Carta Maior
O golpe argentino – que hoje (no dia 24) completa 36 anos – foi o mais brutal, assim como a ditadura que instalou, de todos os que viveram a região. Fechou o cerco dos regimes de terror que assolou o Cone Sul do continente, em quatro dos países onde o campo popular era mais forte e ameaçava mais a dominação das elites tradicionais e do imperialismo sobre a América Latina.
Por Emir Sader, em seu blog
Passados 15 anos do começo das investigações sobre o roubo de bebês durante a ditadura militar na Argentina (1966-1973), recomeça nesta segunda-feira (26) a última etapa do processo de julgamento sobre esses casos. A Procuradoria de Justiça deve pedir penas de até 50 anos de prisão, segundo o procurador Niklison Martin.
Grupos de direitos humanos e organizações sociais da Argentina realizam passeatas e comícios durante todo este sábado (24), em todo o país, para marcar o Dia da Memória pela Verdade e Justiça, após 36 anos de golpe militar de 1976.
A Argentina lembrará neste sábado (24) o 36º aniversário do golpe de Estado com a tradicional concentração na Plaza de Mayo e em diversas cidades do país. Em 2002, o dia 24 de março foi transformado, por decisão da Congresso, no feriado nacional do Dia da Memória.