O vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela para assuntos internacionais, Rodrigo Cabezas, assegurou nesta segunda-feira (23), que a saída de seu país do Mercosul “precisa de veracidade e consenso”.
O presidente eleito da Argentina, Maurício Macri, afirmou durante sua campanha eleitoral que irá acabar com o “negócio” que se tornou a questão dos direitos humanos na Argentina. Na mesma linha do novo líder, o diário argentino La Nación, o segundo maior do país, publicou nesta segunda-feira (23) um editorial com críticas à prisão de militares acusados de crimes durante a ditadura militar que durou entre 1976 e 1983.
Por Vanessa Martina Silva, na Opera Mundi
“O Brasil é o principal sócio do futuro”, declarou nesta segunda-feira (23) Maurício Macri, em sua primeira conferência de imprensa como presidente eleito da Argentina. Perante jornalistas nesta manhã, ele anunciou que sua primeira viagem oficial será ao Brasil e acrescentou que quer “construir boas relações com todos os irmãos da América Latina”.
Com quase 90% das urnas apuradas, o opositor ao kirchnerismo, Maurício Macri, é considerado o novo presidente da Argentina, com 52,35% dos votos. O segundo turno das eleições presidenciais, realizado neste domingo (22), é inédito no país, e esta também é a primeira vez que a direita chega ao poder pela via democrática e não por intervenção militar. O candidato da chapa governista, Frente Para a Vitória, Daniel Scioli, recebeu 47,65% dos votos.
A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, votou por volta das 11h30 neste domingo (22) e afirmou que o país está vivendo um momento histórico de estabilidade econômica e política. Cerca de 77% dos eleitores argentinos compareceram às urnas para eleger o presidente no segundo turno, a votação encerrou às 17 horas locais, 18 horas no Brasil.
O líquido tóxico jogado contra os jogadores do River Plate que entravam para jogar o segundo tempo no estádio La Bombonera, em jogo da Copa Libertadores deste ano, se transformou num escândalo de conotações políticas que afetou Maurício Macri, homem forte do Boca Juniors e candidato presidencial mais importante da direita, além de arqui-inimigo da presidenta Cristina Fernández de Kirchner.
Representantes de diversas forças políticas de esquerda da América Latina estiveram esta semana na Argentina para declarar apoio ao candidato da chapa governista Daniel Scioli. O PCdoB foi representado pelo seu secretário nacional de Juventude, André Tokarski, que levou a solidariedade dos comunistas brasileiros ao povo argentino.
“Não é o momento de jogar fora tudo o que conseguimos com tanto esforço, mas é o momento de fazê-lo cada vez melhor, e estão dadas as condições para que isso aconteça”. Na última entrevista concedida antes da votação deste domingo (22) na Argentina, o candidato à presidência da República Daniel Scioli, da chapa governista Frente para a Vitória, ressaltou as diferenças que o separam do opositor Mauricio Macri, da coligação Cambiemos.
“Os peronistas não são nem bons, nem maus; são incorrigíveis”, Jorge Luis Borges. Certa vez, quando o general Perón estava no exílio, um jornalista lhe questionou sobre o cenário político e o caudilho respondeu: “Na Argentina uns 20% são conservadores, uns 20% liberais, uns 20% democratas cristãos, uns 20% esquerda, e uns 20% direita”. Surpreso o repórter indagou, “mas e os peronistas?”. A resposta de Perón foi contundente: “Ah! Peronistas todos são!”
Por Guadi Calvo*, especial para o Vermelho
O companheiro de chapa de Daniel Scioli, candidato à presidência da Argentina apoiado por Cristina Kirchner, assegura que um aspecto positivo de uma campanha para o segundo turno é que permite mostrar claramente quais são as duas alternativas diferentes. E o projeto da Frente Para a Vitória é o que permite seguir melhorando a vida dos argentinos.
Aldo Ferrer é como um Paul Krugman argentino. Economista heterodoxo, de 88 anos, admirado pela metade de seus colegas e menosprezado pela outra, ocupou vários cargos nestes 12 anos de governo kirchnerista. Foi ministro das Finanças de seu país entre 1970 e 1971, na transição do regime militar para a democracia. Lembra daqueles tempos turbulentos e não tem dúvidas em destacar que o momento atual é o melhor na história da Argentina.
A poucos dias do segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, não é apenas uma especulação, mas uma possibilidade real que a direita chegue a triunfar. Houve o debate de domingo (15), há redefinições de quem votou em outros candidatos, e resta a possibilidade de que a intensa atividade militante a favor de Scioli e ainda a eventualidade de um novo erro nas pesquisas.
Por Emir Sader, no Brasil 247