São para lá de duvidosos, segundo os especialistas, os efeitos da flexibilização da posse de armas no combate à criminalidade. Ao contrário, o risco é que a facilidade dada no decreto presidencial assinado nesta terça acabe por elevar o número de homicídios por armas de fogo.
Por Helena Chagas
O presidente do IAPAZ (Instituto de Estudos e Ação pela Paz com Justiça Social), Álvaro Gomes, criticou o decreto do presidente Jair Bolsonaro, publicado nesta terça-feira (15/01), que flexibiliza a posse de armas de fogo no Brasil. Para Álvaro, a medida não é o caminho correto para enfrentar os problemas da segurança, pois ter mais pessoas armadas não pode ser eficiente no combate à violência.
Bolsonaro quer assinar medida ainda nesta semana. Para Benedito Mariano, ouvidor das polícias de São Paulo, governo federal passa para a população a responsabilidade pela segurança pública.
Pesquisas demonstram que o aumento da circulação de armas faz crescer o númeor de homicídios.
Por Maria Carolina Trevisan*
Um dia antes do segundo turno das eleições presidenciais, pesquisas do Datafolha evidenciaram que a maioria dos brasileiros acredita que a posse de armas deve ser proibida e que a homossexualidade deve ser aceita por toda a sociedade.
Para Daniel Misse, a relação que Bolsonaro faz entre mais armamento e segurança vai na contramão de diversas pesquisas.
Enquanto Jair Bolsonaro (PSL) tenta fazer a linha de estadista pacificador, contrariando o discurso que faz há 30 anos de vida pública, o mercado de armas já fatura com a ascensão do ultraconservador nas pesquisas de intenções de voto. A fabricante brasileira de armas Forja Taurus obteve um salto de suas ações na bolsa.
A organização Anistia Internacional considera que o uso de armas nos Estados Unidos, que provoca mais de 30 mil mortos por ano, deve ser encarado como um problema de direitos humanos e não apenas de saúde pública
O movimento surgido do "Marcha pelas nossas Vidas", organizada no dia 24 de março por sobreviventes do tiroteio numa escola de Parkland, Florida (EUA), marchará pelo país em defesa do controle de armas
A relação íntima entre o sector das armas e o aparelho político e militar dos EUA, num mutualismo de guerra e lucros, fora já reconhecido pelo Presidente Eisenhower e só tem vindo a aprofundar-se
Por André Levy*
Milhares de estudantes de todo o território norte-americano voltaram a abandonar as aulas nesta sexta-feira, dia que marcou o 19º aniversário do massacre em uma escola de Columbine, para mostrar união e pressionar políticos a aprovarem restrições mais severas ao uso de armas
A apresentadora da Fox News, Laura Ingraham, foi afastada por uma semana após uma série de marcas patrocinadoras boicotarem seu programa. Tudo aconteceu depois que a jornalista zombou do estudante David Hogg, sobrevivente do massacre de Parkland. Os manifestantes mostram que juntos conseguem pressionar as grandes marcas pela causa do controle de armas. Mas, afinal, quem está contra os estudantes?
Por Alessandra Monterastelli *