O recente envio de mais de mil soldados da Arábia Saudita e 500 policiais dos Emirados Árabes Unidos à monarquia do Barein indica que os Estados Unidos, verdadeiros donos da situação na região, estão cada vez mais preocupados com a ação dos grupos oposicionistas bareinitas, que desejam democratizar o país.
Desde as 10 horas (horário de Brasília) desta quarta-feira (16), grande parte do Barein está sob um toque de recolher imposto pela monarquia que governa o país. A medida deve se estender por mais 12 horas e o toque vigora das 16h às 4h no horário local.
Hamad Ben Issa Al Khalifa, rei de Barein, decretou nesta terça-feira (15) estado de emergência no país pelo período de três meses. A decisão foi motivada pela onda de protestos liderada por críticos do governo e que pressionam por mudanças no sistema político atual. De maioria xiita, o Barein é governado pela minoria sunita.
O rei do Bahrein, Hamad ben Isa Al Khalifa, realizou neste sábado (26) uma remodelação ministerial e mudou de funções cinco de seus ministros, conservando-os no gabinete, anunciou a agência oficial BNA. A remodelação ocorre quase duas semanas depois de iniciadas as revoltas populares que exigem uma mudança de regime no pequeno reino de maioria xiita governado pela dinastia Al Khalifa há mais de dois séculos.
Grupos de oposição e manifestantes contrários ao governo do Bahrein dizem que somente negociarão com a monarquia do país após suas demandas por reformas serem aceitas. Eles pedem a renúncia do atual gabinete de governo, a libertação de prisioneiros políticos e uma investigação sobre a morte de manifestantes.
Manifestantes retornaram à Praça da Pérola, no Bahrein, após a retirada das forças de segurança das ruas da capital do país, Manama, na tarde deste sábado (19). Com a retirada dos tanques e soldados, uma multidão passou a se aproximar da praça, onde ainda se encontravam batalhões da polícia de choque.
O governo do Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores, informou nessa quinta-feira (17) que acompanha com "preocupação" o agravamento da crise no Bahrein e apelou para que as autoridades busquem um acordo com os manifestantes — envitando confrontos violentos. A repressão efetuada pelas forças de segurança de Bahreins já causaram seis mortes e deixaram pelo menos 200 pessoas feridas.
Depois de três dias de protestos no Bahrein, no Golfo Pérsico, líderes da oposição avisam que as manifestações contra a monarquia de Hamad Bin Isa Al Khalifa vão se intensificar. Os protestos tiveram continuidade nesta quinta-feira (17).