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Itamaraty acompanha com preocupação crise no Bahrein

O governo do Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores, informou nessa quinta-feira (17) que acompanha com "preocupação" o agravamento da crise no Bahrein e apelou para que as autoridades busquem um acordo com os manifestantes — envitando confrontos violentos. A repressão efetuada pelas forças de segurança de Bahreins já causaram seis mortes e deixaram pelo menos 200 pessoas feridas.

Em nota oficial, o Itamaraty pediu ainda que a liberdade de expressão e os direitos civis da população sejam respeitados. "O governo brasileiro conclama as partes a buscarem encaminhamento pacífico para as demandas e manifesta a expectativa de que as autoridades do Reino do Bareine garantam, sem o recurso à violência, a liberdade de expressão e os direitos civis da população", diz a nota.

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O texto chama a atenção ainda para o aumento no número de vítimas civis. "O governo brasileiro acompanha com preocupação o agravamento da situação política no Reino do Bareine, onde choques recentes entre forças policiais e manifestantes têm levado a número crescente de vítimas".

Na manhã desta sexta-feira (18), manifestantes xiitas participaram de um enterro e protestaram contra a monarquia do xeque Al Kalifa, na capital Manama. No total, estimam-se seis mortos e mais de 200 feridos nos confrontos. Os protestos tiveram início no começo desta semana e permanecem intensos nas principais cidades.

Repressão

O governo do Bahrein tentou justificar a repressão do exército e da polícia contra manifestantes alegando "a preservação da segurança" e o temor de que os protestos criem divisões sectárias no país entre sunitas e xiitas.

"Corremos o risco de que haja uma polarização entre xiitas e sunitas. É muito perigoso", afirmou o ministro de Relações Exteriores do país, Khalid Al Khalifa, em entrevista coletiva posterior a uma reunião extraordinária de chefes da diplomacia dos países do Golfo Pérsico. "O país não pode ser dividido sobre bases sectárias", ressaltou.

Al Khalifa ressaltou que a violência teve início nesta madrugada quando as forças de segurança, apoiadas por unidades do exército, tentaram esvaziar a praça Lulu, localizada na região central da capital Manama, onde milhares de manifestantes estavam concentrados desde a noite de terça-feira. O Ministério da Saúde confirmou apenas três mortes e admitiu a ocorrência de cerca de 200 feridos.

O chanceler também negou versões que diziam que a Arábia Saudita teria enviado soldados para apoiar as Forças Armadas do Bahrein: "Não chegou nenhum exército de nenhum país do Golfo Pérsico". Ele acrescentou que as mortes dos manifestantes "causaram um trauma em todo o povo" e que, até agora, o Bahrein teve sucesso em manter a convivência entre xiitas e sunitas. Cerca de 70% da população do pequeno arquipélago que forma o país é xiita, mas a dinastia que comanda o país é de origem sunita. 

Com informações da Agência Brasil e Opera Mundi